A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) divulgou, nesta segunda-feira, o primeiro levantamento do preço médio do litro da gasolina e outros combustíveis após a decisão do governo pela volta da tributação de impostos federais sobre eles. Nesse sentido, a pesquisa semanal tem como base o período que compreende a semana entre 26 de fevereiro e 4 de março.
De acordo com o levantamento, a gasolina aumentou 17 centavos por litro, e, com isso, o preço médio do combustível saltou de R$5,08 para R$5,25 na comparação com a semana anterior. A alta é de 3,34% e a última vez que a gasolina atingiu este valor foi em agosto do ano passado. São Paulo foi o estado que registrou tanto o maior preço de revenda quanto o menor preço.
A capital paulista, em Santo André e em Barueri, o preço do combustível atingiu o valor de R$6,99, e, curiosamente, a capital também registrou o menor valor para o combustível, no valor de R$4,32, mesmo valor encontrado para a cidade de Itatiba, localizada no interior paulista.
Foi a primeira vez em quatro semanas que o preço médio do litro da gasolina sofreu uma alteração positiva relevante. Segundo o sócio e diretor da consultoria Centro Brasileiro de Infraestrutura e Energia, Bruno Pascon, o aumento representa o desdobramento da volta dos impostos.
“Os preços no varejo são livres. Quando a reoneração é anunciada a partir de 1º de março, os postos ganham o direito de repassar o aumento no preço do produto que revendem. Isso é comum e, normalmente, gera questionamentos do Cade a respeita da motivação do repasse: se é uma antecipação indevida ou movimento em cima de novas cargas adquiridas, o que é difícil descobrir”, afirmou Pascon.
Além da gasolina, etanol também sofreu aumento
O outro combustível que sentiu o efeito da reoneração dos impostos foi o etanol hidratado. O combustível atingiu o patamar de R$3,88 na média do litro, um aumento de 9 centavos em relação ao valor praticado na última semana. A cidade de Pimenta Bueno, localizada em Rondônia, registrou o maior valor para o combustível, R$6,96. Já a cidade de Cuiabá, capital do Mato Grosso, registrou o menor valor, R$3,03.
Desde que a reoneração dos impostos foi anunciada, o imposto sobre o etanol passou a ser de R$0,02 por litro. Ainda, de acordo com Bruno Pascon, só teremos uma “leitura fidedigna do impacto da volta dos impostos sobre a gasolina e o etanol na medição da ANP na semana que vem, quando o efeito da reoneração na semana vai ser cheio”.
Além disso, segundo o economista do Observatório Social do Petróleo e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais, Eric Gil Dantas, o maior peso continua sendo o dos próprios combustíveis e não os impostos, que irão representar 27% do preço final. Por fim, é importante lembrar que os tributos federais sobre o diesel, biodiesel, gás natural e de cozinha continuam zerados até o fim do ano.