Após ser afastado da 13ª Vara Federal de Curitiba, na segunda-feira (22/5), por decisão da Corte Especial Administrativa do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Gabriela Hardt assume o lugar de Eduardo Appio, que estava à frente da Lava Jato. Vale destacar que o magistrado, responsável pela investigação da Lava Jato, ou seja, sobre a corrupção na Petrobras e em diversos partidos políticos, está sendo investigado por supostamente intimidar o filho de um desembargador com um telefonema.
Quem é Gabriela Hardt?
Natural do Paraná, Gabriela Hardt possui 48 anos, é formada em Direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Em 2007 prestou concurso para a Justiça Federal e dois anos depois para uma vaga em Paranaguá, no litoral do estado. Em 2014, foi nomeada juíza substituta da 13ª Vara Federal, realizando trabalhos enquanto o juiz Sérgio Moro estava de férias. Uma delas foi em maio de 2018, quando Gabriela Hardt prendeu o ex-ministro José Dirceu, que posteriormente obteve um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF).
Além disso, ainda em 2018, Hart atuou interinamente como presidente da 13ª Vara Federal, quando Moro deixou o Judiciário para se tornar ministro do governo Bolsonaro. Como juíza, foi responsável por reconhecer a legalidade nas palestras ministradas pelo presidente Lula às empreiteiras investigadas na operação.
Hardt e sítio de Atibaia
Em 2019, a juíza foi responsável por condenar o presidente Lula no caso do sítio de Atibaia. Na época, um perito contratado pela defesa do PT apontou o suposto plágio de Hart, e usou na íntegra o trecho da decisão assinada por Moro no caso tríplex Lava Jato. Além disso, em novembro de 2018, ao tomar o depoimento do petista e ser questionada sobre as acusações contra Lula, a magistrada afirmou: “Doutor, e assim, senhor ex-presidente, esse é um interrogatório e se o senhor começar nesse tom comigo a gente vai ter problema. Então, vamos começar de novo: eu sou a juíza do caso, eu vou fazer as perguntas que eu preciso para que o caso seja esclarecido para que eu possa sentenciá-lo ou para que um colega possa sentenciá-lo. Num primeiro momento, você tem direito de ficar em silêncio mas, nesse momento, eu conduzo o ato.”
Casos da Lava Jato
De acordo com Gabriela Hardt, sua atuação junto à operação Lava Jato foi realizada com competência e total imparcialidade em seus julgamentos, não restando nenhum vício ou nulidade a ser reconhecida no tópico. “Desde que assumi a condução dos presentes autos não vislumbrei qualquer decisão proferida pelo magistrado que me antecedeu que não tenha sido devidamente fundamentada, sendo que a análise de tais fundamentações atestam que estão de acordo com interpretações válidas dos normativos atinentes e do Sistema Processual brasileiro, afastando qualquer suspeita de vício que possa comprometer sua imparcialidade”, comentou.