A Petrobras revelou nesta quinta-feira (03) a decisão de antecipar o pagamento de distribuição de R$ 43,7 bilhões em dividendos aos seus acionistas, o que inclui o governo federal, que é quem detém grande parte das ações da estatal. De acordo com o jornalista da “Globo News”, Valdo Cruz, a decisão da empresa irritou o futuro governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que derrotou o chefe do Executivo Jair Bolsonaro (PL) no domingo (30) e iniciou a transição entre as gestões nesta semana.
No ano, a antecipação de distribuição de dividendos já atinge R$ 180 bilhões, um valor muito maior do que os R$ 101 bilhões distribuídos em todo o ano passado. Segundo um informativo, esses R$ 43,7 bilhões anunciados nesta quinta devem ser distribuídos em dezembro e janeiro e representará uma antecipação do resultado do terceiro trimestre da companhia.
Em entrevista ao jornalista da “Globo News”, Gleisi Hoffmann, deputada federal e presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), criticou a decisão da empresa e ainda disparou que a distribuição tem como objetivo pagar parte da gastança eleitoral do governo neste ano eleitoral. “Isso é uma irresponsabilidade com a empresa e com o país. É a farra do ministro da Economia Paulo Guedes, para cobrir os gastos eleitorais do governo Bolsonaro”, disse a presidente do PT.
Como citado, o governo federal é o principal acionista da empresa. Por conta disso, do total a ser distribuído, cerca de R$ 22 bilhões devem ir para o Tesouro Nacional. Segundo as informações, alguns membros do Conselho de Administração foram contra essa antecipação, pois afirmaram que a decisão é uma tentativa de cobrir os gastos do governo para tentar reeleger o presidente Bolsonaro.
Conforme aponta Valdo Cruz, integrantes da Petrobras, inclusive, acusam que a companhia, que é comandada por Caio Paes de Andrade, de segurar o aumento dos combustíveis durante o período eleitoral para não prejudicar Bolsonaro. De acordo com essas pessoas da estatal, a Petrobras teria que ter aumentado o preço da gasolina e do diesel no começo do mês, mas decidiu segurar o reajuste por uma questão política.
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