O furacão Ida é um dos mais poderosos e perigosos que já atingiram a Costa do Golfo dos Estados Unidos da América (EUA). O fenômeno passou pela cidade de Louisiana há pouco mais de uma semana e seguir para o nordeste causando inundações que resultaram na morte de dezenas de pessoas.
O furacão causou blecautes generalizados no início deste mês de setembro, deixando mais de um milhão de moradores de Louisiana no escuro. Diante das proporções do fenômeno, as estimativas de danos provocados pelo furacão Ida não param de aumentar à medida que as seguradoras divulgam os custos.
Uma seguradora local fez uma simulação dos prejuízos totais de seguro dos EUA, que ficou entre US$ 31 bilhões a US$ 44 bilhões. Em parte, o alto custo está vinculado à pandemia da Covid-19. Os modeladores de risco alegam que as interrupções nas cadeias de suprimentos da indústria automotiva e de construção, bem como a escassez da mão de obra contribuem para o aumento dos custos.
No caso das interrupções prolongadas de energia, é preciso ter em mente que o tempo de reparo também aumenta. Os danos causados pelo furacão Ida chegaram a 19 estados norte-americanos, apesar de o maior impacto realmente ter acontecido em Louisiana. A maior estimativa de perdas líquidas até o momento foi US$ 631 milhões, deixando claro que os cálculos se referem a apenas uma parte dos prejuízos.
Diante dos impactos, a Nasa desenvolveu um projeto ambiental com o objetivo de auxiliar autoridades de Louisiana na recuperação pós-desastre. Trata-se do Delta-X, que sobrevoa áreas litorâneas com um radar capaz de identificar os pontos de derramamento de óleo. A participação do Delta-X foi uma feliz coincidência, tendo em vista que a previsão se sobrevoo do protótipo às praias do estado norte americano ainda estava longe de acontecer.
Foi quando o furacão Ida de classe quatro fez o landfall, termo utilizado para especificar o momento no qual a tempestade sai do mar e entra em terra firme.
A Nasa possui estruturas na região de Louisiana preparadas para fazer testes de maquinário físico e de armazenamento de suprimentos para bases auxiliares. Após o fenômeno, a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOOA), conseguiu utilizar o Delta-X para monitorar ativamente as linhas costeiras, marcando com precisão os problemas de despejo de óleo.
Isso acontece porque quando o óleo se mistura no oceano, a tendência é que a superfície do mar fique mais lisa, gerando um sinal preciso que o radar do projeto consegue identificar. O uso dessa tecnologia para rastrear o furacão Ida, a NOOA conseguiu apurar manchas em determinadas localidades e repassá-las às autoridades de recuperação.
No geral, o foco do Delta-X é monitorar as duas bacias hidrográficas, Atchafalaya e Terrebone, e utilizar o sistema viário para analisar quantitativamente a sedimentação natural e o crescimento da vegetação nas regiões afetadas.