Os fundos imobiliários encerraram 2021 com dados fracos. No ano passado, a renda variável acabou sofrendo perdas expressivas, de forma geral. Por exemplo, o Ibovespa, principal índice da Bolsa Brasileira, tombou quase 12% em 2021. E os fundos imobiliários acabaram seguindo esse mesmo caminho, pelo menos a maioria deles.
De acordo com o índice Ifix, a dinâmica dos juros básicos no Brasil, somada à inflação elevada, fez um setor apresentar fortes resultados. A saber, os chamados “fundos de papel”, que englobam os recebíveis imobiliários, destacaram-se em 2021. Aliás, o subsegmento conseguiu “segurar” o Ifix em alta no ano passado.
Por falar nisso, o Ifix é popularmente conhecido como o “Ibovespa dos fundos imobiliários”. E os recebíveis imobiliários só conseguiram bons resultados em 2021 graças à pegada de renda fixa que estes ativos carregam. Inclusive, o Ifix encerrou 2021 com um recuo de 2,29%, queda que poderia ter sido muito maior sem os recebíveis imobiliários.
Em suma, fundo imobiliário é uma modalidade de investimento que permite às pessoas colocarem dinheiro em construções de prédios ou condomínios. Quando as obras são finalizadas, o rendimento das operações acaba dividido entre todos os que investiram e compraram parte do fundo.
Assim, estes ativos funcionam como um aluguel de imóvel. A diferença é que os investidores não precisarão comprar, reformar ou pagar o IPTU do imóvel. O fundo imobiliário pagará o valor que corresponder ao investimento, a depender dos acordos firmados previamente.
Veja detalhes do desempenho dos fundos imobiliários no ano
Diante do índice Ifix, a plataforma 2INVESTE realizou um levantamento juntamente com a Quantum Finance sobre os fundos com os melhores e os piores retornos em 2021. Os fundos, cujas negociações tiveram início ao longo do ano, não entraram no ranking.
Em resumo, oito dos dez fundos com os melhores retornos em 2021 foram de recebíveis imobiliários. A saber, os seis primeiros fazem parte desse subsegmento: Urca Prime Renda FII (+42,53%), Devant Recebíveis Imobiliários FII (+24,91%), Kinea Rendimentos Imobiliários FII (+23,63%), Valora Re III FII (+23,50%), Kinea Securities FII (+20,27%) e Santander Papéis Imobiliários CDI FII (+19,07%).
O top dez ainda é composto por: Riza Arctium Real Estate FII (+17,89), Hectare Ce FII (+17,66%), XP Crédito Imobiliário FII (+17,36%) e CSHG Prime Offices FII (+14,70%).
Em contrapartida, entre os dez fundos com os piores retornos em 2021, destacaram-se os setores de lajes corporativas e fundos de fundos (FoFs). Estes fundos diversificam a carteira de investimento em fundos de diversos segmentos.
Os piores resultados vieram de: XP Corporate Macaé FII (-49,86%), More Real Estate For FII (-25,46%), Kinea Fundo de Fundos Imobiliários FII (-21,68%), Santander Renda de Aluguéis FII (-21,23%), Bradesco Carteira Imobiliária Ativa (FII (-19,09%), BTG Pactual Fundo de Fundos FII (-17,22%), Rec Renda Imobiliária FII (-16,37%), Rio Bravo Fundo de Fundos FII (-16,06%), Hedge Top FOFII 3 FII (-15,92%) e Autonomy Edifícios Corporativos FII (-15,84%).
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