O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, é acusado de ter assediado funcionárias da instituição financeira. Até o momento o executivo não se manifestou oficialmente sobre o caso, que está sendo investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) e teriam envolvido também um vice-presidente da empresa.
Segundo as funcionárias, em entrevista ao portal “Metrópoles”, um dos assédios aconteceu enquanto elas estavam em uma viagem a trabalho. Na ocasião, um vice-presidente da instituição se dirigiu a uma das servidoras e, além de dizer para ela trocar de roupa, disse para ela ir para a piscina do hotel, pois Pedro Guimarães estava a esperando.
De acordo com a funcionária, ela ainda foi questionada por esse vice-presidente se ela teria interesse em “entrar para o círculo de confiança”. Na sequência, o executivo teria afirmado que, caso ela quisesse transar com ele seria “tranquilo”. Além disso, ele também teria dito que seria “fácil” ter relações sexuais com o presidente, Pedro Guimarães, ou até com os dois caso ela tivesse interesse. Isso, teria dito o executivo, pautado na “confiança”.
Promoção após a denúncia
Segundo a vítima, após o episódio, ela foi procurar ajuda e, chorando, contou o que aconteceu. Na sequência, o caso foi levado ao conhecimento de Pedro Guimarães e do vice-presidente. Os dois, além de pedir desculpas, teriam oferecido uma promoção para a moça.
De acordo com a reportagem, a tentativa de promoção foi interpretada como uma tentativa de “abafar” o assédio sexual, que pode não ter sido sofrido somente pela mulher. Isso porque outras servidoras da Caixa afirmam que foram vítimas de Pedro Guimarães.
Um exemplo disso é um outro relato, também feito ao portal “Metrópoles”, e ocorrido durante outra viagem a trabalho. Na ocasião, Pedro Guimarães teria se dirigido às mulheres da empresa e dito que “ninguém” ia “ser de ninguém”. “E vai ser com todo mundo nu”, teria dito ele.
Em outro momento, ainda durante o jantar, que aconteceu em Porto Seguro, Bahia, o presidente da Caixa teria se dirigido a uma funcionária da empresa e, de forma agressiva, conforme a própria vítima, teria dito: “‘Vou te rasgar. Vai sangrar'”.
Medo de denunciar
Segundo a reportagem, mulheres discutiam denunciar o presidente da empresa desde o ano passado, mas tinham receio do efeito que isso poderia causar, visto que Pedro Guimarães fazia questão de demonstrar a sua influência no governo e junto ao presidente Jair Bolsonaro (PL).
Todavia, após uma reunião e inúmeros relatos, as mulheres resolveram levar o caso ao MPF, que abriu uma investigação para apurar o caso e ouviu vítimas dizendo que Pedro Guimarães agia de maneira inapropriada, com toques íntimos não autorizados, convites inapropriados e outras formas de assédio.
Executivo diz que sua vida é pautada pela ética
Como explicado no começo da matéria, Pedro Guimarães ainda não se pronunciou sobre o caso. No entanto, na manhã desta quarta-feira (29), durante um evento fechado na sede da Caixa, em Brasília, o presidente da empresa fez um discurso. Sem citar as denúncias, ele afirmou tem “uma vida inteira pautada pela ética”.
“Quero agradecer a presença de todos vocês, da minha esposa, acho que a mulher é muito cara, são quase 20 anos juntos, dois filhos, uma vida inteira pautada pela ética”, disse ele.
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