Conhecida como Marina Ovsyannikova, a funcionária que interrompeu a transmissão de um programa do “Canal 1”, uma emissora estatal da Rússia, e estendeu um cartaz pedindo para que as pessoas “não acreditem na propaganda” sobre a guerra na Ucrânia, recebeu nesta terça-feira (15) uma punição pelo protesto.
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De acordo com as informações do jornal “Novaya Gazeta”, a funcionária do “Canal 1” terá que pagar uma multa de 30 mil rublos, cerca de R$ 1,4 mil. Além disso, ela também vai responder a uma “infração administrativa” por ter se manifestado “sem a autorização do governo russo”.
Após a punição, a mulher gravou um vídeo onde afirmou que não está arrependida pelo protesto e que continua achando que o governo da Rússia está mentindo para a sua população. “Não reconheço minha culpa, continuo convencida de que a Rússia está cometendo um crime… e que é o invasor da Ucrânia”, afirmou ela.
Relembre o caso da funcionária
A invasão da Rússia na Ucrânia tem rendido inúmeros protestos. Todavia, poucos chamaram tanto a atenção como o relatado na segunda-feira (14), quando a funcionária do “Canal 1” invadiu um programa ao vivo e disse que a emissora está mentindo sobre o que tem acontecido na guerra.
Na ocasião, ela estendeu um cartaz pedindo para que as pessoas “não acreditem na propaganda”. “Eles estão mentindo para vocês aqui”, escreveu a protestante. Enquanto levantou o cartaz, a mulher gritou: “Parem com a guerra. Não à guerra”.
Antes disso, Marina gravou uma mensagem onde afirma que tinha vergonha de ser uma funcionária da emissora, afirmando que a Rússia “é a agressora” na guerra e que seu pai era ucraniano.
“O que está acontecendo na Ucrânia é um crime e a Rússia é a agressora. Meu pai era ucraniano, pertencia à nação oprimida”, disse Marina, funcionária do “Canal 1”, uma das principais emissoras e ponte entre o governo da Rússia e a população.
Reação da Ucrânia
O governo russo não gostou nada do protesto de Marina. Diferentemente das autoridades da Ucrânia. Mikhail Podaliak, assessor da presidência na ucraniana, por exemplo, criticou a Rússia e elogiou a atitude da funcionária.
“Eles não têm mídia livre, competição política, comícios de protesto. Qualquer protesto é um caminho direto para a prisão. O mais valioso é o ato de Marina Ovsyannikova”, disse ele, que também faz parte do grupo que tem se reunido com autoridades da Rússia para negociar acordo sobre a guerra
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