O Rio de Janeiro tem sofrido com governadores, ao todo, cinco mandatários já foram presos no estado. Inclusive, neste ano, a eleição será definida entre um candidato à reeleição que foi vice-governador de Wilson Witzel, governador preso devido a escândalos no governo do Rio durante a pandemia, e um deputado federal.
Nesse sentido, Cláudio Castro (PL) e Marcelo Freixo (PSB) lideram as pesquisas no estado, disputando votos com base na polarização presidencial. Enquanto Cláudio Castro é apoiado e apoia Jair Bolsonaro (PL), Marcelo Freixo (PSB) apoia e é apoiado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Diversos adversários políticos de Cláudio Castro apontam que, inclusive, o governador tem a possibilidade de ser o próximo governador preso, caso seja eleito. Seu governo tem passado por escândalos de grande relevância, enfrentando a prisão de cinco ex-secretários nos últimos quatro anos, além dos funcionários “fantasmas” da Fundação Ceperj, em que pagamentos eram feitos a servidores em dinheiro vivo e sem transparência.
Cenário eleitoral no Rio
A última Pesquisa Ipec divulgada, mostrou que Cláudio Castro encontra-se à frente de Freixo, com 47% dos votos válidos. Freixo encontra-se em segundo lugar, com 28% dos votos válidos. Participam do pleito, o ex-prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT) com 11%, e Cyro Garcia (PSTU), com 4%. A margem de erro é de dois percentuais para mais ou menos.
De acordo com a cientista política, Mayra Goulart, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Cláudio Castro possui um perfil político aderente ao Rio de Janeiro, além de possuir boa passagem nas prefeituras e Câmaras de Vereadores.
Por outro lado, de acordo com a cientista política, Freixo é um “político de opinião” e tem acesso a uma classe mais intelectualizada da população e da opinião pública. Isso faz com que ele tenha uma margem de crescimento bem menor nas pesquisas.
“Castro tem a máquina, mais acesso a recursos, a obras e coisas que fazem com que ele fique conhecido em diferentes regiões do Estado do Rio de Janeiro e também em relação com prefeitos e vereadores. Já Freixo é opositor. Não têm acesso à máquina. Por outro lado, Castro tem a avaliação de sua gestão, enquanto Freixo não tem o que ser avaliado.”
Freixo é crítico da política de segurança dos últimos governadores
Freixo sempre foi crítico das políticas de segurança impostas pelos últimos governadores do Rio de Janeiro. No entanto, em declarações recentes, ele afirmou que vai manter as operações policiais nas comunidades do Rio de Janeiro utilizando blindados, mas disse que haverá controle das tropas, aplicando punições em casos de desmandos.
De acordo com o cientista político Ricardo Ismael, professor da PUC-Rio, Freixo ainda busca se desassociar de pautas relacionadas à esquerda, que sempre marcaram sua carreira política. Para Ricardo, o eleitor carioca é bastante conservador:
“O Rio ainda é um Estado com um eleitorado majoritariamente conservador. Atestamos isso com as últimas eleições, em que Bolsonaro foi eleito com ampla maioria no Estado, e a capital foi comandada pelo bispo Crivella. Freixo faz um caminho ao centro, mas ainda é marcado pelas pautas de esquerda”, disse o cientista político.