Franquia do tráfico. Foi assim que a Polícia Federal (PF) denominou um grupo criminoso que foi alvo da entidade na manhã de ontem, sexta-feira (05). De acordo com a entidade, que contou com a ajuda de forças policiais do Mato Grosso, do Mato Grosso do Sul, da Paraíba e de Pernambuco, os agentes federais e civis cumpriram 21 ordens judiciais de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão nos estados.
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Além destas medidas, a justiça determinou também o bloqueio de até R$ 12 milhões nas contas dos investigados, além do sequestro de diversos imóveis, valores em espécie e veículos pertencentes aos criminosos.
De acordo com a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Mato Grosso (FICCO/MT), a operação investiga uma organização criminosa voltada ao tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e outros crimes conexos liderada por um conhecido presidiário da Penitenciária Central do Estado (PCE).
“No decorrer das investigações, ficou demonstrado que os alvos atuavam no tráfico de drogas em diversos municípios de Mato Grosso, dentre eles Barra do Bugres, Alto Paraguai, Jaciara, Nova Olímpia, Feliz Natal e Nova Mutum”, disse em nota a PF.
Nestas cidades, de acordo com a entidade, qualquer traficante que pretendesse comercializar entorpecentes deveria ser previamente autorizado pelos líderes, sendo obrigado a adquirir a droga diretamente do grupo.
Franquia do tráfico
Segundo a Polícia Federal, as investigações também apontaram que a organização criminosa funcionava como uma espécie de franquia do crime, com conexões e relações comerciais com outras organizações criminosas, dentro e fora do estado do Mato Grosso.
O grupo organizava a logística de fornecimento de entorpecentes a integrantes de outras organizações atuantes na região nordeste do Brasil. Dessa forma, os integrantes pagavam taxas mensais e eram obrigados a repassar boa parte dos lucros das atividades aos líderes.
A organização criminosa investigada possuía setores operacional, contábil e financeiro. “Por meio de autorização judicial, foram constatadas volumosas movimentações em dinheiro em nome de vários investigados. O somatório dos valores que circulou nas contas no período de 2018 a 2020 superou R$18 milhões”, revelou a PF.
Nenhum dos investigados possui rendimentos lícitos conhecidos que possam justificar os altos valores movimentados, sendo que alguns deles, inclusive, recebiam benefício assistencial do governo.