Uma declaração recente feita pelo Governo da França sugere uma traição por parte da Austrália que, repentinamente desistiu do acordo. O parecer visava a aquisição de submarinos com propulsão nuclear através de um segundo acordo perante os Estados Unidos da América e Reino Unido.
As tratativas referentes à concessão de submarinos com propulsão nuclear para a Austrália faz parte de uma parceria entre os Estados Unidos da América (EUA), Reino Unido e Austrália, apelidada de “AUKUS”. Conforme apurado, este é um passo gigantesco para travar a China em um momento em que Joe Biden, presidente dos EUA, se empenha na construção de um apoio internacional para as ações em Pequim.
Por outro lado, as autoridades francesas alegaram que o acordo com a Austrália foi uma enorme traição que evidencia a falta de coerência. Uma particular fonte francesa se pronunciou sobre o acordo trilateral, alegando que a França convidou o embaixador presente nos EUA para uma consulta de confiança. Relatos também indicam que o convite foi estendido ao embaixador francês na Austrália.
É importante explicar que, em meio a essas ações, a França pode perder cerca de US$ 65 bilhões devido a um acordo já existente para fornecer submarinos convencionais movidos à diesel para a Austrália. Porém, o cancelamento do acordo pode gerar uma perda estratégica no Indo-Pacífico, região onde o país que é o maior exportador global de armas, concentra os principais interesses políticos e financeiros.
Esta semana, após o anúncio oficial sobre o acordo de submarino com propulsão nuclear entre os EUA e o Reino Unido, a Austrália os comunicou oficialmente que se retiraria do tratado. Vale lembrar que as negociações com Paris tiveram início há anos, e nunca chegaram a uma conclusão. Em certo momento, a Austrália esquematizou a aquisição de 12 submarinos convencionais a nível de ataque, propriedade do construtor naval francês, Naval Group, campeão de licitações japonesas e alemãs no ano de 2016.
Na oportunidade, o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, declarou estar “zangado e desgostoso” com as alterações entre o acordo que perdeu um dos integrantes originais e essenciais ao tema. “Isso não é algo que se faz entre aliados. É realmente uma facada nas costas”, declarou. O ministro também proferiu algumas dicas aos EUA, dizendo que a decisão foi vista como uma estratégia unilateral e brutal, bastante semelhante às tratativas que eram feitas pelo ex-presidente, Donald Trump.
Em contrapartida, Le Drian divulgou um comunicado em parceria com as Forças Armadas da França, Florence Parly, dizendo que; A escolha norte-americana de excluir um aliado e parceiro europeu como a França de uma parceria estruturante com a Austrália, em um momento em que enfrentamos desafios sem precedentes em a região Indo-Pacífico, seja em termos de nossos valores ou em termos de respeito ao multilateralismo baseado no Estado de Direito, mostra uma falta de coerência que a França só pode notar e lamentar”.