As Forças Armadas divulgam nesta quarta-feira (09) o relatório referente às urnas usadas nas eleições deste ano. A auditoria foi feita por conta dos questionamentos do presidente da República Jair Bolsonaro (PL) e de seus apoiadores, que duvidam da lisura e da confiabilidade do processo eleitoral.
De acordo com informações da jornalista Carla Araújo, do portal “UOL”, o relatório, que será divulgado pelo Ministério da Defesa, não deve apontar nenhuma fraude no sistema eleitoral brasileiro. Apesar disso, a pasta deve apontar “lacunas” que, na visão do órgão, devem ser aperfeiçoadas nas próximas eleições.
“Conversei com algumas fontes do ministério e o documento deve ser apresentado hoje. Não há uma previsão de uma entrega física do ministro Paulo Sérgio ao presidente do TSE, Alexandre de Moraes. Isso deve ser feito de maneira eletrônica”, afirmou a jornalista.
Conforme ela, o documento entregue pelo Ministério da Defesa sobre as urnas deve ser “muito técnico” e isso pode acabar dando margem para interpretações que possam colocar em dúvida a credibilidade da urna eletrônica, algo que já foi atestado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e outras entidades, como as Forças Armadas e a Polícia Federal (PF).
“O documento, segundo apurei, não vai dizer que teve fraude, mas que há algumas lacunas ou algumas questões para serem aperfeiçoadas”, disse a comunicadora. “Só nessas pequenas brechas já imaginamos o que pode alimentar a parcela de eleitores inconformados, alguns realizando atos antidemocráticos após a derrota do presidente Jair Bolsonaro”, completou ela.
Assim como vem publicando o Brasil123, tanto Bolsonaro quanto seus apoiadores, mesmo que sem apresentar nenhuma prova, colocam em dúvida a segurança e a inviolabilidade das urnas eletrônicas, que foram adotadas no Brasil em 1996 e nunca foram objeto de fraude comprovada.
Nesse período de levantamento de desconfiança, Bolsonaro sempre citou as Forças Armadas, dizendo que a fiscalização da entidade é primordial para que ele possa concordar com a segurança e com o resultado da eleição. Em outubro, após o primeiro turno, as Forças Armadas comunicaram que iriam divulgar um relatório sobre a fiscalização do processo eleitoral, incluindo a análise da segurança das urnas eletrônicas. Isso, somente após a segunda etapa do pleito.
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