O Carnaval que acontece após a pandemia, bem como a disputa presidencial mais polarizada da história do país, tomou as ruas do Rio de Janeiro com diversas sátiras humorísticas de políticos. Em muitas das fantasias, escoradas por camisas amarelas e algemas do Brasil, foliões criticavam e satirizavam comportamentos antidemocráticos e “patriotas”, referindo-se a seus apoiadores.
Zé Gotinha e jacaré
Em muitas das fantasias, era possível observar uma sátira realizada ao ex-presidente Jair Bolsonaro, diante de suas opiniões públicas em relação à vacina de COVID-19. Zé Gotinha e os imunizados que viraram jacarés, tornara-se referência nas ruas do Rio de Janeiro. “Sou amigo da onça porque me vacinei, daí virei jacaré”, brincou um folião no Amigos da Onça, na Praia do Flamengo.
Patriota do caminhão
Um dos maiores memes eleitorais, “Patriota do caminhão” reapareceu no desfile do Cordão do Prata Preta, realizado na zona portuária do Rio de Janeiro. A sátira representa o homem envolvido em uma operação antidemocrática em Caruaru (PE) que se agarra a um caminhão tentando furar um bloqueio de Bolsonaro em novembro do ano passado.
A fantasia do “Patriota do caminhão” foi representada por obras de papelão onde se lê “choro é livre” e “via papuda”, fazendo alusão à prisão dos envolvidos na operação de 8 de janeiro.
Ricardo Stuckert
Ricardo Stuckert, fotógrafo particular do presidente, também representou os foliões no Rio de Janeiro. Stuckert ficou conhecido após seu corre-corre durante a cerimônia de posse. De camisa social, gravata, blazer e bermuda, Luiz Hygino, de 34 anos, homenageou o profissional no Prata Preta.
Janja
No Cordão do Prata Preta, na Praça da Harmonia, na Gamboa, 20 amigos homenagearam a primeira-dama, Rosângela Lula da Silva (apelidada de Janja). A ideia surgiu no grupo de WhatsApp “Solte sua Janja” onde trocavam ideias de looks. Elas escolheram uma máscara com o rosto de Janja, que, para elas, é um símbolo de diversidade e liberdade para as mulheres.
Lula e Bolsonaro
O Cordão da Bola Preta, na multidão, seis amigos se inspiraram na polarização política do país. Três deles usavam máscaras do presidente Lula e seguravam um pedaço de papelão em forma de bife ao preço de R$ 10 reais. Outros foliões satirizavam o ex-presidente Jair Bolsonaro, segurando caixas de cloroquina e leite condensado, em referência aos gastos com militares e governo federal durante a pandemia.
Patriotas
Escoradas por camisas amarelas do Brasil e algemas, foliões criticavam e satirizavam comportamentos antidemocráticos e “patriotas”, referindo-se a seus apoiadores. Em suma, para curtir os próximos dias do jeito que o período pede, os foliões usam a criatividade, colocam suas fantasias e aproveitam nos foliões e blocos.