Cada país possui autonomia e soberania em relação ao controle de suas contas, orçamentos, investimentos e finanças. Sendo assim, cabe ao mesmo definir os rumos da economia, o que envolve a política fiscal, cambial e monetária.
Contudo, o que acontece quando um país entra em uma crise econômica? Uma das possibilidades é recorrer ao Fundo Monetário Internacional (FMI), que é responsável por realizar, entre outras funções, a vigilância econômica de seus países signatários. Entender como o FMI funciona é de fundamental importância para entender o contexto macroeconômico.
O que é o FMI?
O FMI é uma organização internacional, sediada em Washington, Estados Unidos da América. Ele é responsável por realizar resgates financeiros aos seus países membros, sendo assim, possui um importante papel de conservação da economia global, dado que atua para evitar distúrbios políticos e, principalmente, financeiros e cambiais.
Fundado em 1944 nos Estados Unidos, o FMI buscava estabelecer as relações comerciais e financeiras entre os países com maior industrialização na época. O FMI se autodefine como uma organização que trabalha pela “cooperação monetária global”, buscando “assegurar estabilidade financeira, facilitar o comércio internacional, promover altos níveis de emprego e desenvolvimento econômico sustentável, além de reduzir a pobreza”.
Em relação aos países signatários, quanto mais recursos ele possuir, mais será sua contribuição para o FMI, o que também garante maior poder de decisão que estes países têm nas deliberações realizadas pela organização.
Atualmente, o país que possui maior participação são os EUA, com 18%, já o Brasil possui 2,46% dos votos. O único país que possui poder de veto nas decisões que são tomadas pelo FMI, também são os EUA.
Funções do FMI
O FMI possui atuação resumida em três principais frentes: empréstimo aos países, vigilância econômica e desenvolvimento. Em relação aos empréstimos, os países recorrem ao FMI quando passam por grandes dificuldades econômicas ou então precisam de recursos para implementar alguma política.
No entanto, para conceder o empréstimo aos países, é necessário que estes adotem algumas medidas e ações definidas pelo FMI, como privatizações de estatais, corte nos gastos públicos e redução da folha do funcionalismo público.
Em relação a vigilância econômica realiza acompanhamento periódico das políticas econômicas que estão sendo adotadas pelos países membros. Por fim, o Fundo Monetário Internacional também pode auxiliar os países ao redor do mundo para modernizar políticas econômicas e instituições, além de garantir treinamentos aos países.
Nesse sentido, o FMI também produz relatórios e recomendações aos seus países membros, de modo a contribuir para que eles se desenvolvam economicamente, aumentando cada vez mais sua relevância no fundo, o que permite à organização garantir maior estabilidade financeira a outras nações.
Participação do Brasil como país membro
Ao longo do período em que o Brasil faz parte do FMI, o governo brasileiro já obteve, por diversas vezes, empréstimos, o que permitiu que a organização atuasse como observador e regulador do sistema financeiro nacional.
Além disso, o país também é um dos financiadores, ou seja, fornece dinheiro ao fundo, o que garante um papel na Diretoria Executiva e representação entre as nações com poder de voto e cota na organização.