O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou que as dificuldades enfrentadas pela Europa podem persistir até 2023. A saber, o órgão alertou que os gargalos na cadeia de suprimentos devem continuar pressionando a inflação na região até o ano que vem.
Na verdade, a continuidade deste cenário manterá a pressão no Banco Central Europeu (BCE). Em suma, a entidade financeira manteve a taxa de juros entre 0% e 0,25% na última reunião, realizada no início deste mês. Aliás, a decisão ocorreu apesar da inflação recorde registrada na região em janeiro deste ano.
De acordo com o BCE, a inflação na zona do euro deve recuar ao longo de 2022. Por isso, a autoridade monetária vem adotando uma postura mais cautelosa que outros bancos centrais. Por exemplo, o BC da Inglaterra já elevou duas vezes a taxa de juros do país para tentar conter a inflação local.
FMI sugere uso de medidas regulatórias para melhorar o cenário
O FMI também citou o aumento dos preços da energia, que seguem impulsionando a inflação em todo o planeta. Em suma, os gargalos de oferta e os preços da energia devem permanecer como desafios relevantes para o BCE no decorrer do ano.
Segundo o FMI, o BCE precisa manter uma política monetária mais acomodatícia, pelo menos até que a inflação caia para 2%, meta do banco. Atualmente, a taxa está em 5,1%. Aliás, as restrições de oferta respondem por metade da elevação do índice de preços ao produtor na região, excluindo-se os custos com a energia.
Para enfrentar tudo isso, o FMI sugere o uso de medidas regulatórias nas situações possíveis. Ao mesmo tempo, o órgão também cita a aceleração do licenciamento de trabalhadores do setor de transporte e logística para melhorar o cenário. Aliviar as restrições nos horários de funcionamento dos portos também configura como uma das opções sugeridas pelo fundo.
“Quando mais medidas regulatórias e fiscais direcionadas forem bem-sucedidas para aliviar os gargalos de oferta, menos provável será que os governos sejam forçados a reduzir a demanda agregada e o crescimento econômico para conter a inflação”, disse o FMI.
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