Nesta segunda-feira (23), a consultoria global Robert Walters divulgou os dados da sua mais recente pesquisa. De acordo com a instituição, 85% dos profissionais esperam maior flexibilidade para trabalhar em casa após a pandemia. Aliás, 78% dos entrevistados não aceitariam um emprego se não houvesse opções de trabalho remoto.
Esses dados globais se assemelham aos divulgados pela consultoria de recursos humanos Robert Half, que revelou que um terço dos profissionais do Brasil cogitaria procurar outro emprego se não houvesse a opção de home office, ao menos parcialmente. Ambas as pesquisas revelam mudanças profundas nas relações de trabalho, especialmente após a crise sanitária, que afeta o mundo há quase um ano e meio.
A saber, diversas empresas adotaram o trabalho remoto devido à pandemia da Covid-19. Um dos principais pontos defendidos pelos médicos era o distanciamento social. E, para evitar aglomeração, o home office cresceu em todo o mundo. Agora, a maioria dos profissionais não se vê em outro modo de trabalho.
Trabalho híbrido pode não durar por muito tempo
Segundo a Robert Walters, 42% dos profissionais afirmaram que desistiriam do trabalho caso não houvesse opções de trabalho remoto a longo prazo. Atualmente, 63% das empresas adotaram ou estão em processo de implementação do trabalho híbrido, caracterizado pelo trabalho na empresa e remotamente.
Já 40% dos profissionais afirmaram que os empregadores precisam melhorar esse tipo de arranjo, segundo a pesquisa. Enquanto isso, 55% dos trabalhadores acreditam que o modelo de trabalho híbrido não durará muito. Em resumo, os profissionais sentem que a construção do modelo ocorreu às pressas, o que faz a jornada de trabalho ser bastante intensa.
Além disso, 42% dos funcionários disseram que vão procurar outro trabalho caso o empregador abandone de vez o home office. “Embora a mudança para o trabalho remoto tenha sido quase instantânea, precisamos entender que foi por necessidade. O retorno ao trabalho deve ser gradual – empregadores e funcionários devem usar este ano para testar uma variedade de estilos de trabalho”, afirmou Richard Townsend, gerente da Robert Walters Brasil.
A pesquisa ouviu 2.000 profissionais em todo o mundo. Aliás, 40% deles afirmaram que não sabem sobre as futuras mudanças das empresas e 28% disseram que ouviram respostas vagas sobre o assunto.
“A comunicação é a chave para resolver muitas queixas no local de trabalho – e em tempos de mudança ou turbulência, como no ano passado, esperávamos que todos os bons empregadores se comunicassem regularmente com seus funcionários”, acrescentou Townsend.
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