Flávio Bolsonaro, senador do PL, disse que seu pai não participou do esquema de falsificação de certificados de vacinação. Além disso, falou sobre o depoimento de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Que está preso desde 3 de maio e é suspeito de inserir dados falsos sobre vacinação nos sistemas do Ministério da Saúde.
Nesse sentido, Flávio afirmou ao jornal O Globo que seu pai nunca teve um cartão de vacinação falso e nunca mandou alguém fazer isso: “Não sei se ele fez tudo isso sozinho. Sei que o presidente nunca teve um cartão de vacinação falsificado e nunca autorizou ninguém a fazer isso. Ele [Cid] tem que falar por que fez, se é que fez isso.”
Mauro Cid será ouvido hoje pela Polícia Federal
Mauro Cid será ouvido hoje pela Polícia Federal para esclarecer as acusações contra ele. Dessa forma, o senador Flávio Bolsonaro disse que Cid deve se explicar se fez essas ações e ressaltou que o presidente não teve envolvimento nisso.
Assim, na terça-feira (16), Bolsonaro disse à PF que não sabia do esquema de falsificação de seu certificado de vacinação e que, se o tenente-coronel Mauro Cid estiver implicado, teria sido sem seu consentimento e conhecimento.
Além disso, a PF também achou um cartão falso de vacinação de Laura, filha mais nova de Bolsonaro. Dessa forma, segundo aliados do ex-presidente à colunista Carla Araújo do UOL, a expectativa é que Cid não acuse Bolsonaro em seu depoimento.
Além disso, assessores e auxiliares de Bolsonaro confiam na fidelidade do tenente-coronel e acham que ele não tem motivos para envolver o ex-presidente em nada ilegal. Com isso, pessoas próximas a Bolsonaro disseram que a situação está “tranquila” e “sob controle”. Assim, alguns até cogitam que Cid possa assumir as fraudes em seu próprio cartão de vacinação e o de sua família, mas sem comprometer seu ex-chefe.
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Família Bolsonaro teria se beneficiado do esquema
Jair Bolsonaro, sua filha de 12 anos e o tenente-coronel Mauro Cid teriam se beneficiado de dados falsos de vacinação contra a COVID-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. A filha e a esposa do ex-ajudante de ordens também teriam sido favorecidas pelo esquema.
Segundo a Polícia Federal (PF), os registros de vacinação de Bolsonaro e sua filha foram feitos em 21 de dezembro do ano passado, pouco antes de eles viajarem para os Estados Unidos. Depois disso, o usuário ligado ao ex-presidente emitiu um certificado de vacinação pelo aplicativo ConecteSUS.
A PF estranhou o tempo entre as datas das supostas doses das vacinas e as datas dos registros no sistema. Por exemplo, Bolsonaro teria tomado as doses em agosto e outubro, mas o registro só foi feito em dezembro.
Essas diferenças indicam uma possível fraude nos registros de vacinação, colocando em dúvida a veracidade das informações. As investigações seguem para esclarecer o caso e definir o grau de participação de cada um, inclusive do ex presidente Bolsonaro.
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