Flávio Bolsonaro (PL), senador e filho do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), contestou dados divulgados pela Vigisan, que realizou uma pesquisa onde mostrou a disparada no número de pessoas que passam fome no Brasil. Segundo o senador, em entrevista ao canal “CNN Brasil”, as famílias beneficiárias do Auxílio Brasil, com valor mensal de R$ 400, podem passar por dificuldades, mas isso não significa que elas não estão tendo o comer.
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“Quem recebe 400 reais por mês de Auxílio Brasil pode ter dificuldade, mas fome não passa”, disse ele, lembrando que Bolsonaro “zerou os impostos federais” sobre alimentos como arroz e feijão, e está fazendo tudo o que “está ao alcance dele”. “Agora, mais uma vez, óbvio que tem pessoas que passam dificuldade, mas talvez por não conseguirem ter ainda acesso a um programa social do governo que, sem dúvida alguma, ampararia essas pessoas, né?”, adicionou o senador.
Em outro momento, Flávio Bolsonaro disse que R$ 400 por mês é suficiente para “a pessoa não passar necessidade”. Além disso, ele disse que, para aumentar esse valor, será preciso “fazer uma conta de quanto o Estado aguenta” e ver até que ponto esse reajuste não poderia “desestimular a pessoa a buscar emprego formal”.
“Se você coloca valor de R$ 2 mil, por exemplo, a pessoa não vai querer trabalhar”, disse o senador, destacando que cálculos feitos pela equipe econômica do ministro Paulo Guedes mostraram que será sim possível reajustar o valor pago atualmente no Auxílio Brasil, um programa criado para substituir o Bolsa Família.
Fome no Brasil
Segundo a pesquisa do Vigisan, hoje, 33,1 milhões de brasileiros passam fome. Em 2020, quando o levantamento foi feito pela primeira vez, eram 19 milhões de pessoas com fome no Brasil. Ainda de acordo com o levantamento, levando como base os dados da pesquisa feita neste ano, constatou-se que mais da metade (58,7%) da população brasileira convive com insegurança alimentar em algum grau, o que significa 125,2 milhões de brasileiros.
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