A permanência de Paulo Guedes à frente do Ministério da Economia em um eventual segundo mandato do presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda é uma incógnita. A afirmação foi feita pelo senador Flávio Bolsonaro (PL), filho e coordenador do comitê de campanha à reeleição de seu pai.
De acordo com ele, em entrevista ao jornal “O Globo” publicada na sexta-feira (11), chefiar a pasta é “desgastante” e a permanência no cargo depende somente de Paulo Guedes.
“Eu não sei se ele seguiria no cargo em um segundo governo. Depende da disposição dele. A função é cansativa. Você vê que o presidente Bolsonaro envelheceu muito, o Paulo Guedes também. É muito desgastante”, começou Flávio Bolsonaro. “Se ele quiser continuar dando sua contribuição, o presidente Bolsonaro vai indiscutivelmente topar na hora, mas não sabemos os planos pessoais dele”, completou o filho do chefe do Executivo.
Economia em ano de eleição
Na entrevista, Flavio Bolsonaro explicou que, neste ano de eleição, o ministro precisa seguir o que ele chama de “cardápio eleitoral”. Entre os itens deste “menu” está a inflação, que vem aumentando e precisa ser freada.
Segundo ele, Paulo Guedes tem o senso de responsabilidade de buscar um meio-termo para que a política econômica do Brasil não “degringole” de vez. “Ele sabe da importância, em ano eleitoral, de ter um remédio mais amargo para segurar a inflação, reduzir o preço do dólar e gerar mais emprego”, disse.
Continuidade de Guedes
De acordo com “ O Globo”, Paulo Guedes falou para Bolsonaro que, caso o presidente seja reeleito, ele não descarta mudar de ministério ou até mesmo deixar o governo. Nos últimos tempos, a relação entre Bolsonaro e o chefe da Economia não vem demonstrando estar tão saudável quanto antes, pois o presidente tem dado o aval para medidas que a área econômica não recomenda.
Uma dessas medidas recebeu sinal verde do chefe do Executivo nesta semana, quando, com a autorização do presidente, Flavio assinou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) feita para reduzir os impostos dos combustíveis. Segundo os cálculos da área econômica, a proposta, articulada pela Casa Civil e criticada por Paulo Guedes, pode gerar um impacto de R$ 100 bilhões aos cofres públicos.
Leia também: Comissão é criada no Senado para atualizar lei do impeachment