Depois da derrota do bolsonarismo no pleito presidencial de 2022, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) já planeja a tática para as próximas disputas, o que abrange sua própria postulação à Prefeitura do Rio no ano seguinte e uma opção ao Planalto para 2026 caso o ex-presidente Jair Bolsonaro seja considerado inapto pela Justiça Eleitoral (TSE).
“Ele concordou que eu fosse candidato em 2016, mas tinha preocupação com a situação financeira da Prefeitura. Por isso, não me apoiou de uma forma explícita. Em 2024, eu só serei candidato se Bolsonaro abraçar de verdade a campanha. A palavra final é dele. Hoje tem muito mais chances de ele autorizar a candidatura do que há três, quatro meses”, comentou Flávio, sobre sua candidatura à Prefeitura do Rio.
Flávio qualifica as denúncias contra o pai como “frágeis” para impedir-lhe de competir, mas vê o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como a alternativa mais robusta. Sobre os projetos municipais, Flávio diz que Bolsonaro dará a decisão final e aproveitou para alfinetar Eduardo Paes, que está em seu terceiro mandato como líder do Executivo carioca.
“Estou trabalhando para ser candidato. Tenho feito muitas reuniões e visto pesquisas. É importante termos um nome competitivo. A população não vai dar uma quarta oportunidade para quem já teve três e até agora não resolveu os problemas estruturais do Rio. Errar duas vezes é humano, três vezes é burrice e errar uma quarta é Eduardo Paes”, disse o senador.
Flávio também comentou sobre caso das vacinas
O senador também comentou sobre o caso sobre a suposta fraude o cartão de vacinas do seu pai, Jair Bolsonaro. Segundo Flávio, seu pai nunca autorizou a ninguém em relação à falsificação de seu cartão de vacina contra covid-19 e, de acordo com ele, Mauro Cid deve “falar por que fez, se é que fez” a fraude no cartão de vacinação. As declarações foram dadas em entrevista ao jornal O Globo.
Não sei se ele fez tudo isso sozinho. Sei que o presidente nunca teve um cartão de vacinação falsificado e nunca autorizou ninguém a fazer isso. Ele [Cid] tem que falar por que fez, se é que fez isso”. Em depoimento à PF, concedido na última terça-feira (16), Jair Bolsonaro afirmou que não sabia do esquema para falsificar seu certificado de vacinação e que, se o tenente-coronel Mauro Cid elaborou tudo, foi “à revelia e sem seu conhecimento”. O cartão da filha de Bolsonaro, Laura, também foi falsificado.
O tenente-coronel Mauro Cid está presto desde o dia 3 de maio, quando a Polícia Federal iniciou a Operação Venire, realizando mandados de busca e apreensão, bem como mandados de prisão. Nesta quinta-feira (18), o tenente-coronel prestará depoimento à corporação no inquérito. Para a PF, ele é suspeito de coordenador o esquema que falsificou os certificados de vacinação da sua família bem como a do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro.