O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (Republicanos), escreveu nesta quarta-feira (14) um artigo no jornal “O Estado de S.Paulo”, defendendo que apoiadores do chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PL), continuem protestando e deixando “acesa a chama da direita”.
Durante o texto, o vice-presidente, eleito senador pelo Rio Grande do Sul, não repreendeu os protestos violentos feitos próximos à sede da Polícia Federal (PF), na segunda-feira (12), e nem mesmo os que ainda ocorrem em quartéis e estradas por conta da derrota de Bolsonaro para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“A minha mensagem aos manifestantes é para se apropriarem desta força, coragem e resiliência que provaram ter para permanecerem ativos, de cabeça erguida, firmes em suas convicções, unidos e diuturnamente vigilantes da nova condução que o País terá, das promessas e dos atos que virão”, disse Mourão.
Em outro momento, o vice-presidente lembrou da diplomação do novo governo, realizada na segunda-feira (12), dizendo que a esquerda não soube administrar o país enquanto esteve no poder. “Assumirá a condução do Brasil um governo de esquerda que já comandou o País por 14 anos e não deu certo, tendo afogado a Nação num mar de gastança e de corrupção”, disse Mourão.
Em outra parte do artigo, o senador eleito prometeu que deixará “acesa” a “chama da direita”. “Usem os seus representantes eleitos no Congresso Nacional, como eu, que estarei no Senado Federal, para não apagar a chama da direita, que no passado recente não conseguia fazer uma oposição popular forte e consistente”, escreveu.
Ainda no texto, Mourão criticou o Judiciário e falou sobre o futuro do Brasil na área econômica. No primeiro assunto, ele disse que o Judiciário passou a considerar “manifestações populares pacíficas” como movimentos “antidemocráticos”.
Segundo ele, o Judiciário optou por “prisões arbitrárias, multas descabidas, cerceamento de liberdades individuais, quebra de sigilos bancário e telemático, operações de busca e apreensão, bloqueios de contas bancárias e de perfis em mídias sociais, censura prévia e remoção de conteúdos na internet”.
Já sobre a economia, ele afirmou que está receoso com o próximo governo. Isso porque, de acordo com o vice-presidente da República, as gestões do Partido dos Trabalhadores promoveram, uma “gastança” desproporcional que jamais trouxe um “retorno compatível”.
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