O ministro do Trabalho e Previdência, Luiz Marinho, voltou atrás da sua declaração sobre o fim do saque-aniversário do FGTS. Na tarde desta quinta-feira (5), o ministro afirmou em suas redes sociais que a questão será “objeto de amplo debate junto ao Conselho Curador do FGTS e com as centrais sindicais”.
“A nossa preocupação é com a proteção dos trabalhadores e trabalhadoras em caso de demissão e com a preservação da sua poupança”, acrescentou.
A saber, o ministro havia revelado na véspera (4), em entrevista ao jornal O Globo, que o governo Lula poderia acabar com o saque-aniversário do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
De acordo com ele, “o FGTS tem dois objetivos, historicamente”. O primeiro deles é “estimular um fundo para investimento, que é de habitação”. A propósito, os brasileiros podem usar o FGTS para financiamento imobiliário.
Já o segundo objetivo é a “poupança do cotista, do trabalhador, para socorrer no momento da angústia do desemprego”. Nesse caso, a pessoa pode usar o FGTS em caso de demissão, quando a situação se mostra mais complicada devido à incerteza do futuro.
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Repercussão negativa faz ministro mudar declarações
Embora o ministro tenha afirmado o desejo em acabar com o saque-aniversário do FGTS, a repercussão negativa o fez mudar suas declarações.
Em síntese, cerca de 28 milhões de trabalhadores já aderiram à modalidade do saque-aniversário desde 2019, quando o governo Bolsonaro o instituiu por uma lei. No total, os trabalhadores sacaram R$ 12 bilhões por ano, em média, totalizando R$ 34 bilhões.
Na véspera, o ministro havia criticado o governo Bolsonaro. “Quando se estimula, como esse irresponsável e criminoso desse governo que terminou, sacar em todos os aniversários, quando o cidadão precisar dele (do FGTS), não tem. Como tem acontecido reclamação de trabalhadores demitidos que vão lá e não têm nada”, disse.
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