Novidades vindas de Brasília começaram o ano agradando os brasileiros, mas agora começam a preocupar. Isso porque uma discussão sobre um teto para o rotativo do cartão de crédito virou lei e, agora, os bancos precisam decidir um teto para a modalidade. Contudo, essa prática pode levar ao fim do parcelamento sem juros no cartão de crédito.
Isso porque bancos começam a discutir a viabilidade de isso, de fato, acontecer. Isso porque um limite no rotativo colocaria riscos ao cartão de crédito, que também é uma forma de empréstimo. Atualmente, pessoas importantes do Itaú e do Bradesco concordam.
Fim dos juros abusivos no rotativo?
O Senado Federal aprovou um projeto que limita os juros do rotativo do cartão de crédito. A modalidade, que atualmente endivida muitos brasileiros, tem um dos maiores percentuais de inadimplência do país, fazendo com que muita gente fique negativada. Por conta disso, um limite nos juros foi a saída do governo para evitar essa realidade.
Apesar disso, o Legislativo não aprovou uma alíquota máxima. Na verdade, a definição foi de que os bancos devem apresentar uma proposta para negociar uma taxa limite para a modalidade. Caso isso não aconteça, os bancos não poderão cobrar dos clientes um valor maior que o valor original da dívida. Anteriormente, estimava-se que os juros do rotativo do cartão de crédito deveriam ficar em 100%.
Atualmente, a taxa da modalidade é de, em média, 445,7% ao ano, um valor que multiplica por 5 o valor original da dívida em um ano. Contudo, a modalidade fica restrita a apenas alguns meses e, posteriormente, a dívida cai em outra modalidade de empréstimo, que também tem juros altos.
Com a nova regra, o governo estima que milhares de brasileiros devem ter condições facilitadas para superar essa despesa e, com isso, limpar o nome. Para ajudar nesse processo, o texto do rotativo do cartão de crédito também confirma o programa Desenrola Brasil.
Como isso afeta o parcelamento no cartão de crédito?
Segundo executivos importantes de grandes bancos, o rotativo do cartão de crédito é caro por conta da baixa receita gerada pelo parcelamento sem juros. Isso porque essa modalidade representa apenas 0,5% do lucro dos bancos, segundo Milton Maluhy Filho, CEO do Itaú.
Por conta disso, um limite no rotativo do cartão de crédito serviria para abater o baixo rendimento do setor de crédito fácil. Caso o rotativo tenha um teto muito baixo, os bancos podem acabar com essa forma de pagamento.
A mesma medida foi anunciada pelo CEO do Bradesco, Octavio de Lazari. Segundo ele, “não faz sentido pagar um produto em 10 vezes com mesmo valor que à vista. Não é possível matematicamente”.
Para especialistas, a modalidade não deve acabar, mas uma solução precisa ser tomada. Com isso, os bancos devem anunciar uma alíquota em breve, sem mudar o parcelamento no cartão de crédito.