O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) fez um novo pedido para o encerramento imediato do consignado do Auxílio Brasil. A saber, o instituto enviou um ofício ao Ministério da Justiça solicitando o fim da operação no país.
Em síntese, o consignado do Auxílio Brasil entrou em vigor no país em 10 de outubro, ou seja, há quase três meses. De lá pra cá, o número de contratos firmados entre usuários do programa social e entidades financeiras segue elevado. E os riscos para os cidadãos continuam muito altos.
Na verdade, o Idec já havia pedido o fim do crédito consignado anteriormente. Dessa vez, o instituto faz um novo pedido e também solicita a revisão de todos os contratos realizados junto à Caixa Econômica Federal.
Além disso, o Idec pede que haja isenção da cobrança de juros e ampliação do prazo de pagamento da dívida. Tudo para que os usuários do Auxílio Brasil tenham menos chances de chegarem a uma posição ainda pior que a vivida antes da contratação do consignado.
No pedido ao Ministério da Justiça, o Idec também solicita o envio dos contratos dos 12 bancos homologados para operar esta linha para a Caixa Econômica Federal. E pede que seja criado um fundo para o pagamento dos beneficiários que solicitaram o consignado, mas não continuarão no Bolsa Família.
Saques da poupança chegam a R$ 103 bilhões em 2022
Governo Lula promete pente-fino no Bolsa Família
Com a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Idec vem se mostrando um pouco mais preocupado. Isso porque o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, informou que o governo federal vem intensificando as análises dos dados dos beneficiários do Bolsa Família, o antigo Auxílio Brasil.
Como muita gente deverá perder o benefício após esse “pente-fino” do governo, o Idec teme que haja aumento do endividamento e da inadimplência no país. Aliás, os bancos já emprestaram cerca de R$ 10 bilhões aos usuários do programa social.
De acordo com o Idec, o grande problema é que o governo Bolsonaro incentivou a busca pelo crédito consignado. Contudo, o dinheiro contratado deverá ser devolvido, e com juros elevados, mas muita gente pensou que os valores estavam sendo doados.
“Foram identificadas muitas irregularidades, a começar pela instabilidade nos sistemas dos bancos e dificuldade de acesso, propostas canceladas, dinheiro não disponibilizado no prazo, descontos no benefício por dinheiro não entregue e cadastro de famílias incompatíveis com os critérios do programa”, informou Ione Amorim, coordenadora do Programa de Serviços do Idec.
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