O senador Flávio Bolsonaro (PL) foi ao Twitter nesta quinta-feira (19) para defender seu pai, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL). A publicação aconteceu depois que a hashtag “Jair Gasta, o Brasil Paga” figurou entre as mais comentadas nas redes sociais.
Dados mostram que, em 35 dias, Bolsonaro gastou R$ 4,2 milhões no cartão corporativo
No Twitter, opositores do chefe do Executivo criticaram o sigilo que foi imposto pelo presidente aos gastos de seu cartão corporativo – juntando com as despesas do cartão corporativo usado pelo vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos), nesses cinco primeiros meses do ano, já foram gastos R$ 8,8 milhões.
Ao defender os números, Flávio Bolsonaro afirmou que o chefe do Executivo usa o cartão para “garantir a sua segurança”. “Um ex-militante do PSOL tentou assassiná-lo, o que eleva seu grau de risco de morte, pois a chance de ele ser vítima novamente do ódio da esquerda é grande”, disse no Twitter o senador.
A publicação foi feita um dia depois de Flávio Bolsonaro ter criticado o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por ter gastado muito em seu casamento com Rosângela Silva. “Você não pode ter mais de uma televisão, mas no casamento dele pode ter mais de 200 garrafas entre espumantes e vinhos no valor entre R$ 800 a R$135?”, publicou o senador.
Gastos de Bolsonaro sob sigilo
Há dois anos o Estadão vem tentando ter acesso às informações do cartão corporativo de Bolsonaro. De acordo com o jornal, o pedido de transparência cobra o direito de os jornalistas do veículo terem acesso à descrição de como o chefe do Executivo tem usado os recursos públicos para fins pessoais e organizacionais.
Hoje, o valor dos gastos é publicado pelo Portal da Transparência, mas a explicação detalhada sobre os gastos, produtos e serviços comprados está sendo omitida. Em março deste ano, após o Tribunal Regional Federal decidir que os dados deveriam ser repassados ao Estadão, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspendeu a ordem. Agora, o caso deverá ser julgado no plenário no tribunal – ainda não há data prevista para conclusão.
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