Helen Patricia Guinâncio Guimarães, filha do ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, e sobrinha do ex-deputado estadual Natalino Guimarães, fundadores da “Liga da Justiça”, a primeira milícia do Rio de Janeiro, foi nomeada em um cargo de confiança do governo carioca.
De acordo com as informações, a nomeação da mulher foi para um cargo de confiança na Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento do Rio de Janeiro. A informação foi revelada na segunda-feira (24) pelo portal “G1”.
Todavia, nesta terça-feira (25), depois da repercussão, a Secretaria de Agricultura divulgou uma nota informando que a nomeação de Helen Patrícia foi revogada. “Vale ressaltar que como não foi realizada a posse no cargo, Helen não consta na folha de pagamento do Estado”, publicou a pasta, sem relatar detalhes como quem indicou a mulher, se ela tem experiência na área e qual foi o motivo da nomeação.
Família vinculada à milícia
Segundo as informações, o pai e tio da indicada para a pasta foram condenados e ficaram na cadeia mais de uma década, sendo soltos em 2018. Eles, acusados de terem criado a primeira milícia do Rio de Janeiro, eram líderes da organização criminosa que tinha como fonte de renda a venda de gás, gatonet e transporte alternativo.
Não suficiente, a milícia também montou um grupo de extermínio para quem não se rendesse a eles. De acordo com as investigações, um dos executores das vítimas que não se rendiam era o irmão da mulher, Luciano Guimarães, que atualmente cumpre mais de 35 anos de pena por homicídio, extorsão e formação de quadrilha.
Além dele, o ex-marido de Helen, André Malvar, também era um dos nomes fortes da milícia. Segundo a Polícia Civil, ele era o braço operacional da quadrilha e também assassinava os inimigos. O homem, que está preso e tem condenações que ultrapassam os 90 anos, é considerado um dos 20 detentos mais perigosos do Rio de Janeiro.
Nomeada investigada
Helen, por outro lado, não foi presa, mas, em novembro de 2020, foi um dos alvos de uma operação da Polícia Federal (PF), que deflagrou uma ação com o intuito de investigar um possível plano da família da mulher de retomar o poder.
Na ocasião, o pai da indicada pelo governo do Rio de Janeiro afirmou que iria concorrer à Prefeitura, mas acabou desistindo da ideia. Todavia, o homem emplacou Jéssica Natalino, sua sobrinha, como candidata a vice-prefeita na chapa de Sued Haidar (PMB) – apesar da tentativa, a família não conseguiu eleger ninguém.
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