De acordo com levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM), um total de 2,78 milhões de famílias estão na fila de espera para receber o Auxílio Brasil, o programa social instituído pelo governo federal, que substituiu o Bolsa Família desde novembro de 2021.
Diante desse cenário, fica evidenciado que o número ficou em mais do que o dobro entre março e abril, quando ficava na marca de 1,3 milhão.
Fila de espera do Auxílio Brasil
Foi observado um crescimento de 116% na fila de espera. Para detalhar, a espera passa de 1,307 milhão de famílias (2,1 milhões de pessoas) para 2,788 milhões de famílias (5,3 milhões de pessoas).
Os números foram divulgados pelo Estadão, e a pesquisa foi feita nos 5.570 municípios do país.
Ainda segundo a CNM, a previsão orçamentária para o Auxílio Brasil deste ano não é mais suficiente para zerar essa fila.
Vale destacar que o orçamento previsto é de R$ 89 bilhões.
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Reflexo da pandemia
O aumento mostrado na fila é um dos reflexos apontados pelo 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, divulgado no dia 8 de junho pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN).
A pesquisa afirmou que 33,1 milhões de brasileiros não têm o que comer, e que mais da metade da população brasileira (58,7%) vive hoje em situação de insegurança alimentar.
Dessa forma, regrediu a um patamar equivalente ao da década de 1990.
O levantamento anterior, de 2020, mostrava que a fome no Brasil tinha voltado para patamares equivalentes aos de 2004.
O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, afirma que o quadro preocupa porque a fila, que tinha diminuído no início do ano, já voltou ao patamar anterior.
O problema acaba estourando nas prefeituras, reclama o presidente da entidade, que reúne prefeituras de todo o país.
De acordo com Ziulkoski, as escolas municipais acabam se transformando em um refúgio para as crianças que chegam com fome e precisam de reforço alimentar antes de começar as aulas.
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