O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso (PSDB) saiu em defesa à pré-candidatura de João Doria ao Planalto, em meio à crise instaurada no PSDB. Em mensagem postada neste domingo (15), na rede social Twitter, o tucano ainda afirmou que as decisões tomadas em prévias partidárias devem ser obedecidas.
O ex-governador paulista enviou uma carta à direção nacional do PSDB no sábado, dia 14, na qual chama de “golpe” a movimentação interna da legenda para tirar o seu nome da disputa eleitoral à Presidência da República. Dória foi escolhido como postulante ao cargo em prévias realizadas no fim de 2021.
Em mensagem publicada neste domingo, o ex-presidente da república, Fernando Henrique Cardoso, disse: “Agiu bem o candidato João Doria. Ressaltando que o resultado da prévia deve ser respeitado”. Com o apoio de FHC, João Doria respira, mas isso não abafa a crise do partido que já vem se arrastando a algum tempo.
Motivo para mais um conflito
Aliados afirmam que membros da legenda tentam desidratar a candidatura com um discurso de que o ex-governador paulista teria grande rejeição e que a senadora Simone Tebet (MDB) seria uma alternativa melhor, assim agravando a crise já instaurada no partido prestes a eleição presidencial. Após a manifestação do presidenciável, Bruno Araújo convocou uma reunião da Executiva Nacional do PSDB para a próxima terça-feira, 17, um dia antes da data marcada para divulgação da prometida candidatura única com MDB e Cidadania.
Nesta semana, as siglas definiram que o nome será escolhido com base em pesquisas quantitativa e qualitativa, que, além de apontar as intenções de voto, mede a rejeição aos postulantes. Aliados de Doria, porém, acompanham os desdobramentos com preocupação e afirmam que os critérios estabelecidos tendem a beneficiar apenas a emedebista.
A crise no PSDB se arrasta
Além dos problemas envolvendo a pré-candidatura de Doria e possível mudança, a fim de beneficiar Simone Tebet do MDB para o seu lugar, a crise se arrasta desde a última semana. Aécio Neves fez duras críticas ao presidente do partido.
Aécio teceu duras críticas à conduta do presidente do partido, o ex-deputado Bruno Araújo (PE), no processo de construção da candidatura tucana ao Palácio do Planalto. O parlamentar acusa Araújo de tirar protagonismo da sigla e argumenta que ele trabalha para que João Doria (SP), vencedor das prévias na legenda, não seja candidato à Presidência.
Nesse sentido, João Doria, desde o ano passado, vem sofrendo pressões de correligionários que não o querem como candidato do partido a presidente do país. O ex-senador Aloysio Nunes, por exemplo, chegou a dizer que vai apoiar a candidatura do petista Luiz Inácio Lula da Silva e agravou a crise dentro do partido. Ao comentar a declaração de Nunes, o deputado federal Aécio Neves, um dos principais desafetos de Doria no partido, disse que o PSDB falhou em unificar os filiados em torno de um projeto viável.