O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre) divulgou nesta quinta-feira (16) dados menos positivos para o comércio externo brasileiro. De acordo com o levantamento, o superávit comercial do país em 2021 deve ser menor que o projetado anteriormente.
Em resumo, as principais razões para essa redução são o aumento das importações e a redução das exportações. A saber, há uma subtração entre os volumes exportado e importado. Quando há mais exportações, o país registra superávit. No entanto, quando as importações superam os envios ao exterior, tem-se déficit comercial.
Segundo o boletim do Indicador de Comércio Exterior (Icomex) do FGV/Ibre, o relatório Focus divulgado pelo Banco Central (BC) projetava um saldo positivo de US$ 55 bilhões em janeiro deste ano. Já no final de julho, esse valor saltou para US$ 70,4 bilhões devido à alta dos preços das commodities, favorecendo as exportações brasileiras.
Contudo, o último relatório divulgados pelo BC projetou um saldo de US$ 59,9 bilhões. Em suma, isso aconteceu devido ao ajuste dos preços das commodities, que acabaram devolvendo parte dos ganhos do ano. Ao mesmo tempo, o aumento dos preços das importações nos últimos meses ajudou a contribuir com uma projeção menos otimista para 2021.
Veja mais detalhes do levantamento do FGV Ibre
Vale destacar que, em novembro, a variação nos preços das importações chegou a 34,2%, enquanto que ficou em 25,1% nas exportações. Além disso, o volume de envios ao exterior caiu 6,2% em novembro deste ano na comparação com o mesmo mês de 2020. Já o volume das importações cresceu 8,4% na mesma base comparativa.
Aliás, o levantamento do FGV/Ibre ressaltou que a balança comercial brasileira encerrou novembro com um déficit comercial de US$ 1,3 bilhão. A saber, esse foi o primeiro resultado negativo do mês de novembro registrado pela série histórica, desde 2014.
Em termos de valor, as exportações cresceram 17% entre novembro de 2020 e 2021. Por sua vez, as importações saltaram 45,4% nesse período. Embora os últimos meses não estejam muito positivos, o FGV/Ibre destacou que o saldo comercial brasileiro acumulado em 2021 segue bastante positivo, com um superávit de 57,1 bilhões. Esse é o maior volume desde 1997, segundo o levantamento.
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