As contas do FGTS possuem, historicamente, um rendimento bastante ruim em relação a outros produtos de investimentos. Por isso, está em curso uma votação que pode mudar a fórmula do rendimento das contas do fundo de garantia, que pode mudar a vida de muita gente.
Dessa forma, o processo conhecido como Revisão do FGTS pode aumentar os retornos dessas contas e ainda colocar um valor extra no bolso de muita gente. Por isso, hoje vamos entender como está o andamento desse processo, além de entender como ficarão as contas.
FGTS vai render mais?
Um processo judicial está em trânsito no Supremo Tribunal Federal (STF) e trata do aumento dos rendimentos do FGTS. Até agora, o processo ainda não foi finalizado, dado que ministros não deram seus votos de forma completa.
Contudo, especialistas acreditam que os cidadãos brasileiros saíram beneficiados com uma nova regra. Atualmente, o FGTS tem como rendimento uma taxa fixa de 3% ao ano, além de uma taxa variável, que é a Taxa Referencial (TR). Apesar disso, outros produtos de investimentos estão rendendo muito mais, com os títulos do Tesouro Direto rendendo mais de 13% ao ano.
Contudo, o projeto do STF quer fazer com que o FGTS tenha os mesmos rendimentos da poupança. Dessa forma, o país teria uma nova regra de rendimento, que seria bem mais vantajosa que a atual.
Confira, abaixo, a regra de rendimento da poupança:
- Quando a Selic está igual ou abaixo de 8,5% ao ano: o rendimento é igual a 70% da Selic + Taxa Referencial (TR);
- Para uma Selic acima de 8,5% a.a.: o rendimento é 0,5% a.m. Essa é a atual regra.
Por isso, as contas seguirão com retornos atrelados à Taxa Referencial, mas com um percentual fixo maior. Na prática, isso daria valores muito maiores para quem tem saldos no FGTS.
Os efeitos de um rendimento maior
Apesar de ser uma excelente notícia para os brasileiros, o aumento dos rendimentos do FGTS podem gerar um problema para toda a economia brasileira, segundo Rita Serrano, presidente da Caixa. Segundo ela, no curto prazo não haveria problemas, mas em alguns anos os consumidores sentiriam os efeitos do aumento do rendimento do fundo de garantia.
“No curto prazo não tem prejuízo, mesmo que o STF mude a correção para maior do que é hoje. No médio prazo pode ser que isso tenha dificuldades porque o que vai acontecer é que se você aumenta a remuneração do fundo, obviamente você aumenta o custo do investimento”, disse a presidente da Caixa
Dessa forma, um maior rendimento do FGTS pode gerar juros maiores para o financiamento imobiliário, inclusive para quem aderir pelo Minha Casa Minha Vida.
Atualmente, o processo segue em votação no STF. Até agora, especialistas acreditam que o rendimento do FGTS deve aumentar, mas que os retornos retroativos não devem ser pagos aos beneficiários.