Uma das expectativas do setor automotivo, no caminho da tentativa do governo federal em baratear o preço dos carros, é a permissão do uso do Fundo de Garantia Por Tempo de Serviço (FGTS) para a compra de um veículo zero quilômetro.
Sendo assim, nesta quinta-feira (25), os olhos do setor automotivo estarão voltados à sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Afinal, é onde o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, é aguardado para divulgar um pacote de medidas para aumentar o acesso ao carro zero quilômetro no país.
FGTS na compra do carro zero?
Uma das estratégias esperadas é de uma nova linha de crédito que compense as taxas de juros. Desse modo, entre as possibilidades está a liberação do uso do FGTS para a compra de um veículo.
A saber, a medida já tinha sido mencionada no mês passado pela Anfavea (Associação dos Fabricantes de Veículos), quando o presidente, Márcio de Lima Leite, falou sobre uma iniciativa semelhante do Chile.
Vale destacar que esse tema não é novo. Afinal, na Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei 2679/2022, de Pedro Lucas Fernandes (UNIÃO-MA), propõe que o FGTS seja utilizado na compra de veículos novos e usados.
Contudo, o texto tramita nas comissões de Constituição e Justiça (CCJ), do Trabalho e de Finanças e Tributação.
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Medida não é bem vista por outros setores
Os recursos do FGTS são cobiçados, há anos, por diversos setores, sendo dominado pela construção civil.
No entanto, a grande questão é que cada área tem uma boa justificativa para o uso de uma verba que deveria ser um fundo de garantia para o trabalhador ao ficar sem renda.
Em resumo, o setor automotivo argumenta que precisa do recurso para manter as fábricas, que atualmente empregam milhões de brasileiros.
Para o consultor do mercado automotivo Ricardo Bacellar, além da questão social, o direcionamento do FGTS para o setor trataria o efeito e não a causa da queda nas vendas de automóveis.
“Mais do que conceder crédito, o governo precisa fazer com que as pessoas voltem a ter dinheiro para comprar carro, ou seja, encontrar soluções para que as pessoas estejam empregadas e para aumentar a renda média do brasileiro. O governo tem que criar condições para isso ativando o mercado como um todo, não só o de automóveis. Porque o dinheiro para comprar carro sai do mesmo bolso que compra comida, eletrodomésticos, paga aluguel. E as pessoas estão sem dinheiro para o básico”, opinou.
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