O Governo Federal anunciou, no fim do ano passado, uma nova modalidade para financiar imóveis no país. Na prática, a ideia usa os valores futuros que a empresa depositará no FGTS dos clientes. Funcionando como um adiantamento de valores, a medida barateia os custos do cliente, mas também pode gerar estragos enormes nas finanças pessoais.
Por isso, hoje vamos entender o que é o FGTS futuro, além de mostrar se é uma boa ideia utilizá-lo. Vale lembrar que, segundo especialistas, o atual momento não é propício para financiamentos habitacionais.
O que é o FGTS futuro?
O FGTS futuro é o adiantamento das parcelas do fundo de garantia para pagar o financiamento imobiliário pelo Minha Casa Minha Vida. A medida é voltada apenas para famílias de baixo poder aquisitivo, o que preocupa analistas. Na prática, ele funciona da mesma forma que o empréstimo consignado do Bolsa Família, mas usa outro valor.
Isso porque o trabalhador pegará o valor mensal do FGTS para ajudar no valor da parcela. Com isso, se o seu FGTS é de R$160 mensais e a sua parcela é de R$500,00, por exemplo, agora você pagará R$340 mensais e o restante sai do seu fundo de garantia. Dessa forma, em vez de o valor ir para a sua conta, ele vai diretamente para o banco que fez o financiamento.
O programa valerá apenas para as famílias que possuem renda bruta de até R$2,4 mil. Com isso, o acesso a casas financiadas no país deve aumentar, incentivando ainda mais o programa Minha Casa Minha Vida.
Apesar disso, o FGTS futuro não está livre de riscos e você deve levar isso em conta antes de contratar o financiamento.
Quais os riscos?
O FGTS futuro tem riscos que podem impactar e muito na sua vida financeira. Isso porque ao descontar o valor do fundo de garantia, você vai ficando com o saldo zerado. Na prática, em caso de demissão, você receberá apenas a multa de 40%, mas não terá mais nada para retirar. Além disso, você precisa ficar atento ao parcelamento.
Isso porque, em caso de demissão, o trabalhador precisará arcar com a parcela de maior valor. Dessa forma, usando o exemplo anterior, você pagaria o valor de R$340 caso esteja empregado, mas em caso de demissão, a parcela começaria a vir no valor de R$500,00. Com isso, além de ficar sem o saldo do FGTS, você também pode perder a sua casa.
Em nota, o Ministério do Desenvolvimento Regional informou que os aderentes à modalidade poderão ficar até seis meses sem pagar parcelas em caso de demissão. Com isso, seriam os bancos que assumiriam os riscos da operação. Contudo, você teria apenas esse prazo para conseguir um emprego, o que pode não acontecer.
Por isso, especialistas sugerem que os trabalhadores que querem usar o FGTS futuro se planejem financeiramente para evitar surpresas em caso de demissão. Além disso, o programa tem um prazo de 3 meses para começar a entrar em vigor no país.