Fernando Haddad, ministro da Fazenda, afirmou nesta quinta-feira (24), durante sua passagem por Joanesburgo, na África do Sul, que o governo brasileiro encaminhou à Argentina uma proposta para garantir as exportações brasileiras ao país vizinho utilizando o yuan chinês, moeda do país asiático.
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“Nós já encaminhamos para o governo argentino uma proposta de garantia, em yuan, das exportações brasileiras. Isso inclui a garantia do Banco do Brasil de fazer o câmbio para reais a partir desta garantia”, disse o ministro, relatando ainda que a garantia pode girar entre US$ 100 milhões e US$ 140 milhões.
Atualmente, a Argentina tem pouquíssimas reservas em dólar e, por isso, faria os pagamentos em yuan chinês, que seria convertido pelo Banco do Brasil, em Londres, na Inglaterra, fazendo com que os exportadores brasileiros recebessem os pagamentos diretamente em real. Para Fernando Haddad, essa proposta é boa para os exportadores brasileiros, que atualmente estão enfrentando dificuldades para fechar seus negócios com os argentinos devido à falta de dólares no país e também pela queda do valor do peso.
“Pode ser uma boa notícia, se Argentina concordar, porque eles podem ter algum fluxo de venda dos seus produtos com 100% de garantia. E para o Brasil não haveria problemas porque há a garantia de que o câmbio vai ser feito do yuan para o real”, disse ele, completando que a ideia também “tranquiliza o Tesouro Nacional de que não há risco de um default”.
Conforme relatado, existirá uma garantia de até US$ 140 milhões dada pelo Tesouro Nacional. De acordo com Fernando Haddad, essa garantia será dada apenas para os exportadores brasileiros, não se tratando, portanto, de nenhuma injeção direta de recursos na Argentina, e sendo acionada somente caso houver um calote dos argentinos mesmo em yuan.
No começo da semana, o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já havia antecipado durante uma live feita em suas redes sociais que Fernando Haddad estava “conversando com a Argentina, e é possível que ajudemos a Argentina com o uso do yuan como moeda (de comércio)”. Na ocasião, o petista disse que “existem países como a Argentina que não podem comprar dólares no momento, eles estão em uma situação muito difícil porque não os têm. Para vender para o Brasil, eles não deveriam precisar de dólares. Vamos mudar nossas moedas, e os bancos centrais farão os arranjos no final do mês”.
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