Fernando Haddad, ministro da Fazenda, afirmou nesta segunda-feira (10) que, em sua visão, caso as eleições presidenciais fossem hoje, o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não venceria de forma tão apertada o ex-chefe do Executivo Jair Bolsonaro (PL).
A declaração foi feita durante uma entrevista ao podcast “O Assunto”. Na ocasião, o ministro disse que o cenário mudou bastante após seis meses de governo. “Dado esse pressuposto, a mesma pessoa está te dizendo: ‘Se a eleição fosse hoje, ela não seria tão apertada quanto foi em outubro do ano passado”, disse.
“Tenho certeza que se fizesse uma pesquisa hoje, em quem você votaria se a eleição fosse hoje, o presidente Lula ganharia com uma margem maior. Não extraordinária, mas maior”, argumentou o ministro, que confessou que a preocupação era tanta durante a campanha política que ele próprio falou a Lula que temia por uma derrota da eleição para o então presidente Jair Bolsonaro.
“Você está falando com uma das poucas pessoas que disse para o Lula: ‘Você pode perder essa eleição’. Nós temos que ampliar, senão corremos o risco de perder. É muito dinheiro sendo despejado nessa eleição como nunca se viu, e isso vai ter algum impacto, de 2, 3% do eleitorado”, explicou Fernando Haddad.
Em outro momento, o ministro ainda falou sobre a expectativa dos efeitos da reforma tributária, aprovada na Câmara na última semana. “A reforma tributária é uma revolução em si. Uma mudança desejada desde a Constituinte de 1988 e que ninguém tirou do papel”, disse ele.
Ainda conforme o ministro, apesar de ser um projeto a longo prazo, os efeitos econômicos podem ser mais imediatos. “Do ponto de vista de decisão de investimento começa agora. Muita gente vai olhar para o Brasil e dizer ‘agora dá para confiar nesse país'”, disse o ministro, afirmando ainda que “o sistema vai melhorar e não vai piorar, como tem ocorrido nos últimos 40 anos. Essa mudança de sinal atrai investimentos, porque quem vai investir no Brasil está pensando em 20, 30, 40 anos”.
Por fim, voltando a falar sobre o terceiro mandato de Lula como chefe do Executivo, o ministro da economia afirmou que está animado com a questão socioambiental. “Se tudo se desdobrar como espero, a partir da reunião de sexta-feira, eu penso que a questão socioambiental vai ser a grande marca do governo. Eu senti da parte dele (Lula) um entusiasmo muito grande”, relata o ministro.
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