O Banco Central dos Estados Unidos, o FED, decidiu manter as atuais taxas de juros no mesmo patamar anterior. Oscilando entre 0% e 0,25% por votação unânime, a entidade também anunciou que o aumentos ficarão para março. Isso porque há uma inflação muito alta para a economia americana. O FED justifica essa alta dos preços pelo desequilíbrio entre oferta e demanda, principalmente nos produtos atrelados ao petróleo, na pandemia e na reabertura econômica.
Além disso, há também uma expectativa de uma venda de ativos pelo FED. Isso porque, durante o ano, a entidade optou por colocar dinheiro na economia através do open market e, agora, pretende reduzir seu balanço patrimonial. Contudo, há uma decisão de que isso acontecerá apenas após o aumento dos juros.
Inflação segue pressionando, diz o FED
O FED é unânime em afirmar que o CPI, índice de inflação do país, não mede uma alta dos preços momentânea. De acordo com o BC, a inflação será permanente, caso políticas monetárias não entrem em vigor no curto prazo. Exatamente por isso, o Goldmann Sachs afirma que o FED deve aumentar os juros quatro vezes durante o ano.
A maior responsabilidade da alta dos preços fica com o aumento dos preços internacionais. Durante a pandemia, as restrições na cadeia produtiva e uma demanda contínua fizeram os preços aumentarem. Por outro lado, durante a retomada da economia, a demanda aumentou gradativamente, de modo que a oferta não conseguiu acompanhar. Um fato bastante explícito disso é o petróleo. Durante a pandemia, houve uma queda de demanda de combustíveis, ao mesmo tempo em que a produção diminuiu. Contudo, durante a retomada econômica, o aumento da demanda por gasolina aumentou muito mais rápido que a capacidade de produção. Atualmente, o barril de petróleo é cotado acima dos US$89,00.
“Os desequilíbrios da oferta e da procura relacionados com a pandemia e a reabertura da economia continuaram a contribuir para níveis elevados de inflação”, diz a nota.
Juros maiores em março
Em março os juros devem começar a subir. Isso é o que diz a nota emitida pelo FED depois da reunião de ontem e hoje. Isso porque haverá uma economia mais dinâmica e forte do que o atual cenário e, por isso, há um maior conforto em aumentar os juros. Contudo, as metas de juros e de inflação seguem sendo os principais nortes do FED.
“Espera-se que o progresso nas vacinações e a redução das restrições de oferta apoiem os ganhos contínuos na atividade econômica e no emprego, bem como a redução da inflação”, afirma a nota. Dessa forma, a variante Ômicron também entra no cenário econômico do FED. Atualmente, os Estados Unidos registram mais de 500 mil casos diários de covid, na média, desde o dia 4 de janeiro. Com isso, há uma maior dificuldade de retomar uma economia “normal”.
Com o aumento dos juros, anunciado pelo FED, espera-se que as bolsas de valores caiam no curto prazo. Apesar disso, os índices americanos já refletiram esse aumento das taxas, dado que operam em forte baixa desde o início do ano. Hoje, 26, os índices reverteram suas altas diárias logo depois que o FED anunciou o aumento dos juros.