O Banco Central americano, o FED, aumentou a taxa de juros em 0,5 ponto percentual, a maior alta de juros desde 2000. Agora, a taxa básica do país está entre 0,75% e 1%, o que não é uma boa notícia para os brasileiros, sejam eles investidores ou não. Contudo, para os americanos, a medida representa uma forma de controlar a inflação dos Estados Unidos, que já não é mais temporária.
Para os brasileiros, a decisão do FED também marca mais um problema para a economia. Com a notícia, a inflação por aqui pode ficar ainda mais alta, mesmo com o aumento da taxa de juros pelo COPOM, que também aconteceu hoje, 4.
FED aumentou os juros
Em março desse ano, a inflação nos Estados Unidos atingiu o patamar de 8,5%, a maior em 40 anos. Diante disso, o instrumento que os bancos centrais usam para restringir o aumento dos preços é aumentando a taxa de juros. E foi isso que o FED fez nessa quarta-feira, 4. Com a medida, a taxa de juros por lá é a maior em 22 anos.
E os motivos já não são reveladores. A economia do mundo todo sofre por conta da bagunça que a guerra na Ucrânia gerou. As commodities estão em preço recorde e alguns países estão proibindo exportações de produtos essenciais para o mundo todo. Com isso, aumenta-se os custos das empresas, que repassam ao consumidor.
Contudo, o caso brasileiro é especial. Por aqui, o aumento dos preços não é seguido pelo aumento do salário. Isso significa que o real perdeu 31,3% de seu poder de compra nos últimos anos e, atualmente, o poder de compra dos brasileiros é um dos menores da história.
Diante desse cenário, o aumento dos juros pelo FED piora ainda mais a situação da economia por aqui, mesmo que você esteja longe do mercado financeiro.
Como os juros dos EUA me afetam?
Quando o FED aumenta a taxa de juros nos Estados Unidos, os títulos americanos passam a render mais. Isso porque, assim como o Brasil emite o Tesouro Direto, lá eles emitem as chamadas Bonds. Dessa forma, os investidores internacionais passam a vender os produtos de maior risco no mundo todo e, posteriormente, compram os títulos americanos, os mais seguros do mundo.
Nessa corrida, empresas da bolsa brasileira e também títulos do Tesouro Direto são vendidos. Após isso, os fundos convertem o real em dólar e comprar os títulos americanos. Contudo, esse fluxo leva bilhões de dólares do Brasil. Na prática, o dólar tende a subir.
Quando o dólar sobe, a importação de produtos essenciais para a nossa vida, como um simples papel higiênico, fica mais cara. Na prateleira do supermercado, o produto ficará mais caro para você. Por isso, o simples reajuste dessa taxa preocupa ainda mais os economistas brasileiros.
Diante do cenário do FED, a inflação no Brasil, que já está nos maiores patamares da década, pode ficar ainda maior. Isso representa uma perda do poder de compra, ou seja, a vida pode ficar ainda mais difícil.