A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) divulgou nesta segunda-feira (3) a mais recente Pesquisa Febraban de Economia Bancária e Expectativas. De acordo com os dados, a carteira total de crédito no Brasil deve crescer 13,9% em 2021. Essa taxa supera o percentual divulgado na publicação anterior, em novembro, de 12,7%.
A saber, a pesquisa funciona como uma prévia da Nota de Política Monetária e Operações de Crédito do Banco Central (BC). Embora a taxa para o ano passado tenha avançado, a estimativa para 2022 recuou de 7,3% para 6,7%.
O levantamento afirma que “a carteira total de crédito continuará em expansão em 2022, mas naturalmente em ritmo próximo ao período pré-pandemia (6,5% em 2019)”. Houve um crescimento atípico em 2020 e 2021 devido à pandemia da Covid-19, mas isso não deve se repetir neste ano.
Além disso, a Febraban afirma que o decréscimo na projeção de crescimento “está em linha com a redução, pelo Banco Central, das estimativas de crescimento do PIB em 2022 (de 2,1% para 1%) e também decorre da elevada base de comparação”.
Estimativas da Febraban estão abaixo das projeções do BC
Apesar do avanço, as estimativas apresentadas pela Febraban seguem abaixo das projeções do BC. Em resumo, o Banco Central elevou suas estimativas de crescimento da carteira de crédito de 12,6% para 14,6%. Assim, reforça “a expectativa de alguma acomodação em relação ao ritmo atual de expansão de crédito (16%), mas ainda assim com um resultado bastante expressivo”.
“Mesmo em um cenário de continuidade da pandemia da Covid-19, o crédito, em 2021, assim como já tinha acontecido em 2020, funcionou como uma espécie de muro de contenção na preservação da atividade econômica”, explica, na nota, Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban.
“Os bancos irrigaram a economia com forte expansão de sua carteira, especialmente no crédito destinado às famílias, que se acelerou com a reabertura das atividades econômicas em decorrência principalmente do avanço da vacinação no país”, acrescentou Sardenberg.
A saber, a redução das estimativas para 2022 reflete “a piora das perspectivas econômicas e as condições financeiras mais adversas, com alta mais acentuada da Selic para conter a inflação“, disse Sardenberg.
Leia Mais: Inflação medida pelo IPC-S acumula alta de 9,34% em 12 meses