Neste sábado (4), Isaac Sidney, presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), disse que a entidade apresentará uma proposta de nova âncora fiscal para o governo avaliar e discutir. A questão está sendo debatida no momento em que o governo Lula deve apresentar um projeto de lei complementar em abril para substituir o teto de gastos como a principal regra fiscal do país.
Falas de do presidente da Febraban
Falando num evento em Lisboa com empresários e políticos, Sidney disse não ter defendido de imediato o seu propósito de fazer uma corrida “a tudo ou nada” para manter a dívida pública equilibrada.
Segundo o presidente da Febraban, é preciso cumprir prazos para que receitas e despesas sejam realizadas. No entanto, ele lembrou que a economia ainda estava em declínio e classificou o crescimento do Brasil nos últimos anos como “medíocre”.
Âncora fiscal
O orçamento brasileiro ainda carece de regras que possam ajustar gastos e receitas públicas, já que houve descumprimento do teto de gastos pelo terceiro ano consecutivo. Além disso, o cenário negativo também é atribuído à falta de proposta fiscal do governo federal.
Pensando nisso, o presidente da Febraban disse que a federação cogita apresentar propostas de um modelo de âncora fiscal para facilitar as discussões. O presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, que também esteve presente no evento, reforçou esse ponto. “Um arcabouço fiscal pode dar a segurança de ser extremamente confortável para os nossos índices [da dívida interna]. O Brasil tem dívida externa, mas não é problema. É contida, dívida estabelecida”, afirmou.
Críticas ao Banco Central
No evento, Isaac Sidney disse que a Selic “precisa cair”, criticando as instituições financeiras por seus níveis de juros e custos de captação.“É muito caro tomar crédito. Os bancos não precisam de juros altos para ter lucros. Temos de ter uma agenda para baratear os custos”, defendeu o representante da Febraban.
Vale ressaltar que as opiniões de Sidney são semelhantes às do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que vem fazendo críticas ao Banco Central sobre a gestão da taxa básica de juros, a Selic. Para o petista, manter a Selic em 13,75% ao ano é uma barreira ao crescimento.
Em suma, Isaac Sidney, presidente da Febraban, disse que os bancos defendem as taxas de juros e empréstimos mais baixos, a fim de democratizar o acesso ao crédito no país, acrescentando que o setor está fazendo sua parte, como, por exemplo, fornecer cerca de R$ 15 trilhões em empréstimos, seja para habitação, compra de veículos ou crédito pessoal.