Desde que a greve dos caminhoneiros responsáveis pelo transporte do combustível no Estado de Minas Gerais (MG), os tanqueiros, vários postos da capital Belo Horizonte (BH), registraram filas na manhã desta sexta-feira, 22. Enquanto alguns postos de combustível fazem o controle da comercialização, outros já estão totalmente desabastecidos.
As informações são do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro). Segundo informações do jornal Estado de Minas, um posto de combustível situado no bairro Santa Efigênia, na região Centro-Sul de BH, já estava completamente sem gasolina e etanol e, por hora, ainda não há nenhuma previsão de reposição.
Em outro posto localizado na Rua Bahia, no bairro de Lourdes, faltava gasolina comum, comercializando apenas etanol e gasolina aditivada, que também estavam prestes a acabar. Nos demais postos ainda havia resquícios de combustível, justamente nos quais se formavam extensas filas formadas por carros em busca de abastecimento.
O aviso de que a greve dos caminhoneiros começaria a partir da meia-noite da última quinta-feira, 21, já havia sido feito. Desde então, uma série de caminhoneiros que prestam serviços para várias transportadoras deram início a protestos em frente às distribuidoras de combustível.
O clamor feito pela categoria é para que seja apresentada uma justificativa plausível para o aumento dos preços pela Petrobras, reivindicando o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que incide sobre os combustíveis em Minas Gerais.
A greve dos caminhoneiros atinge seis estados brasileiros, sendo a maioria no Sudeste. Informações do Poder360 indicam que o epicentro acontece no Rio de Janeiro, com cerca de 1.500 veículos parados de 300 companhias distintas. Os protestos se concentram na base de Campos Elíseos, próxima à Refinaria de Duque de Caxias (Reduc).
De acordo com o presidente da Associação das Transportadoras de Combustíveis e Derivados do Petróleo do Rio de Janeiro (Associtanque), Ailton Gomes, a greve também atinge os estados de São Paulo, Minas Goiás, Espírito Santo e uma parte da Bahia.
O movimento é coordenado, especialmente, pelos sindicatos empresariais. “Essa paralisação vai ser o estopim dos protestos contra os reajustes dos preços dos combustíveis. Ninguém suporta mais. As empresas estão acumulando prejuízos e falindo, e os preços dos alimentos continuam aumentando por causa do encarecimento do transporte”, completou.
Vale mencionar que uma greve mais abrangente está prevista para acontecer no dia 1º de novembro, segundo informações do diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTTL), Carlos Alberto Litti Dahmer, chegando a envolver até 70% do setor.
A greve conta com o apoio da CNTTL, do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) e da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava). Por outro lado, a greve não recebe o apoio da Associação Brasileira de Caminhoneiros (Abcam).
Isso quer dizer que os grupos de caminhoneiros autônomos são os únicos responsáveis pelas ações, e têm preparado novas paralisações desde o primeiro semestre deste ano, em meio a uma série de reivindicações de direitos para os motoristas independentes e diminuição do preço do diesel.