Em um discurso ao Fórum Econômico Mundial em Davos, realizado nesta quarta-feira (25/05), o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que não abrirá mão das terras de seu país em troca do fim da guerra com a Rússia.
Entenda o caso
Segundo o presidente ucraniano, as negociações para um acordo de paz não podem ser retomadas até que a Rússia demonstre que está disposta a mover suas tropas e equipamentos de volta “à posição antes de 24 de fevereiro”, quando Vladimir Putin ordenou a invasão. Importante destacar que, o ministro Andrei Rudenko, responsável pelas relações exteriores da Rússia, afirmou nesta quarta-feira que o país está pronto para fornecer um corredor humanitário para navios que transportam alimentos.
Tal situação ocorre em meio a temores de escassez global de alimentos, já que as tropas de Putin bloqueiam os portos do Mar Negro no sul da Ucrânia.
Ucrânia e crise de alimentos
O conflito está alimentando uma crise global de alimentos com os preços de grãos, óleos de cozinha, combustíveis e fertilizantes subindo. A Rússia e a Ucrânia respondem por quase um terço da oferta global de trigo, enquanto a Rússia também é um importante exportador global de fertilizantes e a Ucrânia é um grande exportador de milho e óleo de girassol. No ano até o final de junho de 2021, a Ucrânia exportou 45 milhões de toneladas de grãos.
Esperava-se que aumentasse para 65 milhões após uma colheita recorde no final do ano passado, mas a guerra deixou cerca de 21 milhões de toneladas presas em silos em todo o território que controla quando a temporada 2021/22 chegar ao fim no próximo mês. Enquanto isso, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que a situação em Donbass, no leste da Ucrânia, é “muito difícil”, com as forças russas concentrando seu fogo e mão de obra em atacar a região e tomar as principais cidades de lá.
Zelensky disse em seu discurso noturno à nação que “praticamente todo o poder do exército russo, o que quer que restasse, está sendo lançado na ofensiva lá. Liman, Popasna, Sievierodonetsk, Slaviansk. Os ocupantes querem destruir tudo lá.”
George Soros acredita em uma possível Terceira Guerra Mundial
A invasão da Ucrânia pela Rússia pode marcar o início de uma Terceira Guerra Mundial e que “a civilização pode não sobreviver a ela”, disse o bilionário George Soros. “A invasão pode ter sido o início da Terceira Guerra Mundial e nossa civilização pode não sobreviver a ela”, afirmou Soros. O bilionário alertou que a melhor maneira de preservar uma sociedade livre para as nações ocidentais era derrotar os soldados de Vladimir Putin.
“A melhor e talvez única maneira de preservar nossa civilização é derrotar Putin o mais rápido possível. Esse é o resultado final”, disse Soros, de 91 anos. Além disso, o bilionário cita que Putin agora acredita que a invasão da Ucrânia foi um erro e que o presidente russo, que tem sido perseguido por rumores de problemas de saúde, estava se preparando para negociar um cessar-fogo. “Mas o cessar-fogo é inatingível porque ele não é confiável”, disse ele. “Quanto mais fraco Putin fica, mais imprevisível ele se torna.”