Nos últimos dois meses, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) realizou, junto ao Facebook, a marcação de aproximadamente 2,8 milhões de postagens dentro da rede social que possam ser voltadas as fake news. Dessa forma, estes posts que foram marcados recebem um link de acesso direto à página oficial da Justiça Eleitoral.
Dessa forma, o TSE busca combater a desinformação e propagação de fake news durante todo o período eleitoral. Contudo, nem todos os posts marcados de fato possuem fake news, a marcação utiliza como base a utilização de palavras-chaves nos posts, como, por exemplo, “eleição”.
De acordo com dados divulgados, desde o início da parceria entre TSE e Facebook, o acesso à página da Justiça Eleitoral aumentou em dez vezes, o que totalizou o número de 1,4 milhões de acessos ao site do Tribunal Superior Eleitoral. Na avaliação do TSE, o grande volume de acesso mostra o interesse dos usuários das redes sociais por informações verídicas sobre as eleições.
Opinião de Fachin
Nesse sentido, o presidente do TSE, Edson Fachin, disse que “a má informação se combate com a boa informação e com mais informação correta”. Além disso, Fachin disse ainda que essa movimentação mostra que os eleitores brasileiros querem se informar bem para decidir qual será a melhor opção de voto.
“De fato, aumentou enormemente a busca por informações nos sites da Justiça Eleitoral. E mais do que isso: esse mecanismo revelou que a população brasileira quer mesmo informação correta. As eleitoras e eleitores querem estar bem informados, para votar bem, para escolher seus representantes e depositar de modo livre e consciente seu voto na urna. É com ferramentas assim que a Justiça Eleitoral, em colaboração com as plataformas digitais, vai combater a desinformação”, afirmou o presidente do TSE.
Fake News: Entraves entre redes sociais e a justiça
Os últimos meses não têm sido de calmaria entre as redes sociais e a justiça. Embora algumas relações tenham se pautado pelo diálogo, outras têm gerado conflito no combate à desinformação nas redes sociais. A preocupação do STF e do TSE é com a interferência que as fake news possuem sobre as eleições.
Ainda que, no início, as redes sociais tenham renunciado a suas estratégias de mercado, aos poucos passaram a aceitar parcerias para a implementação de algumas práticas para combater a contaminação do ambiente democrático devido a desinformação através da fake news nas redes sociais.
Conflito com o Telegram
Uma das redes sociais em que as relações têm sido de conflito é o Telegram. A rede, que é um dos aplicativos de mensagens mais utilizados do país, tem se recusado constantemente a aceitar imposições vindas da Justiça. Devido a isso, na última sexta-feira (18), o Ministro Alexandre de Moraes, do STF, solicitou a suspensão do aplicativo no território nacional.
Contudo, a suspensão foi retirada ainda neste domingo, após o Telegram ter cumprido, ainda que de forma parcial, às determinações judiciais que ainda estavam pendentes, entre elas:
- Indicar um representante oficial do Telegram no Brasil à justiça (pessoa física ou jurídica);
- Informar ao STF, de forma imediata e obrigatória, providências adotadas pela rede social para combate à desinformação e à divulgação de notícias fraudulentas, incluindo os termos de uso e as punições previstas para os usuários que incorrerem nas mencionadas condutas;
- Realizar a exclusão imediata dos links no canal oficial de Jair Bolsonaro, no Telegram, que permite baixar documentos de um inquérito sigiloso e não concluído pela Polícia Federal;
- Realizar o bloqueio de “Claudio Lessa”, bem como fornecer os dados cadastrais da conta ao STF, além de preservar a íntegra do conteúdo veiculado neste espaço.