Facebook e Twitter disseram na quinta-feira que derrubaram mais de uma dúzia de redes de desinformação utilizadas por grupos políticos e estatais em vários países para enganar os usuários em suas plataformas.
Em declarações separadas, as duas empresas disseram ter identificado e suspendido mais de 3.500 contas entre elas, que usaram identidades falsas e outros comportamentos enganosos para espalhar informações falsas ou enganosas.
Eleições em perigo
As redes visavam usuários em uma ampla seleção de países, incluindo os Estados Unidos, onde as autoridades alertaram que os governos estrangeiros estão tentando influenciar o resultado da eleição presidencial de novembro.
Depois de estarem sob forte fogo por não terem conseguido parar os alegados esforços russos para influenciar as eleições de 2016 nos Estados Unidos, Facebook e Twitter anunciaram uma série de páginas derrubadas de alto nível nas semanas que antecederam a votação presidencial deste ano.
Em vários casos, as empresas de mídia social trabalharam com as autoridades americanas para rastrear e desmantelar as campanhas de influência política que visavam os eleitores americanos e que foram atribuídas a estados estrangeiros, mais notadamente o Irã e a Rússia.
Teerã e Moscou têm negado repetidamente as alegações.
Alcance global
As derrubadas anunciadas na quinta-feira cobriram redes com alcance global muito além das eleições americanas. As operações visavam usuários da Internet em pelo menos 16 outros países, desde o Azerbaijão até a Nigéria e o Japão, disse o Facebook e o Twitter.
O Twitter disse que as cinco redes suspensas estavam ligadas separadamente a grupos com vínculos com os governos do Irã, Arábia Saudita, Cuba, Tailândia e Rússia.
“Nosso objetivo com estas revelações é continuar a construir um entendimento público em torno das formas com que os atores estatais tentam abusar e minar as conversas democráticas abertas”, disse a empresa em uma declaração.
O Facebook disse ter derrubado 10 redes, algumas das quais já haviam sido identificadas publicamente.
As redes estavam predominantemente ligadas a grupos políticos que visavam o público interno, disse, incluindo os militares de Mianmar e a ala jovem do partido do governo do Azerbaijão.