As exportações de carne suína do Brasil, incluindo miudezas, cresceram 13% em 2021, totalizando 1,27 milhão de toneladas, segundo os últimos números da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O resultado foi 29,7% maior do que as 86,5 mil toneladas exportadas no mesmo período de 2020, superando o recorde mensal histórico do setor, que era de 109,2 mil toneladas, estabelecido em março de 2021.
Em relação às vendas, em 2021 as exportações de carne suína atingiram US $2,641 bilhões, resultado 16,4% superior ao alcançado em 2020 (US $2,270 bilhões). Em receita, o aumento foi de 0,9%, com US $191,53 milhões no último mês do ano, contra US $189,88 milhões em 2020.
Crescimento de mercado
A China foi o principal destino da carne suína brasileira (533,7 mil toneladas, 3,9% acima dos números registrados em 2020). Seguiu-se o Chile, com 61.000 toneladas (+ 39,2%). Vietnã, com 44.900 toneladas (+11,4%), Argentina, com 37.800 toneladas (+97,5%) e Filipinas com 33.400 toneladas (+321,5%).
“A situação sanitária privilegiada e a confiança dos quase 100 países para os quais exportamos carne suína em 2021 sugerem um 2022 com boas expectativas para as exportações do setor, ainda mais em um cenário em que vários países concorrentes do Brasil no cenário internacional enfrentam problemas com a peste suína africana e com outros fatores de produção”, avalia Ricardo Santin, presidente da ABPA.
Panorama dos mercados
Enquanto a China representa pouco mais da metade do mercado global de exportação, vários destinos contribuíram para o crescimento geral. Os embarques para as Filipinas, por exemplo, quadruplicaram para 33.300 toneladas em 12 meses.
Além disso, o comércio com a Venezuela triplicou em relação a 2020, totalizando 40.900 toneladas. A ABPA observou que, para este ano, está previsto um maior crescimento das exportações para a carne suína brasileira, com algumas expectativas de que a demanda de importação chinesa volte a aumentar até o final deste ano.
Conforme a última previsão da associação, é esperado que haja um crescimento de 7% nas exportações brasileiras de carne suína este ano, apoiado por um aumento de 3% na produção. “A Ásia continua sendo a principal região compradora de suínos e deve continuar sendo nosso principal parceiro em 2022. A Rússia deve voltar a ser um parceiro importante para o Brasil no ano que se inicia”, disse o presidente da ABPA, Ricardo Santin.
Dificuldades enfrentadas
Sendo a proteína favorita da China, mais da metade da carne importada pelo país é suína, enquanto cerca de um quarto é bovina. Apesar do bom resultado, é importante lembrar que medidas mais duras foram adotadas nos últimos meses para impedir que a COVID-19 entrasse na China, diminuindo a demanda por alimentos congelados, reduzindo drasticamente as chegadas de carne.
Como resultado, na China, as importações de carne caíram 5,4% em 2021 em relação ao ano anterior, conforme os dados alfandegários, causando um aumento na oferta doméstica de carne suína e reduzindo a demanda por suprimentos no exterior.