Pelo menos 98 pessoas morreram nas explosões em um depósito de dinamites na Guiné Equatorial. O número de mortes desta terça-feira (9) triplicou desde o balanço inicial, logo após o acidente no último domingo (7), na cidade de Bata.
Uma série de quatro grandes explosões ocorreu no meio da tarde de domingo, atingindo o campo de Nkoa Ntoma. O local abriga forças especiais e policiais e suas famílias. Conforme o presidente do país, Teodoro Obiang Nguema, uma das causas das explosões foi a má gestão dos depósitos de explosivos na base militar.
“A cidade de Bata foi vítima de negligência da equipe encarregada de guardar os depósitos de dinamite, explosivos e munições, que pegaram fogo por causa das brasas causadas pela queima de palha nos campos pelos agricultores”, explicou o presidente que governa o pequeno país centro-africano há 42 anos.
O Ministério da Defesa da Guiné Equatorial informou que as explosões causadas por munições de alto calibre causaram “ondas de choque que destruíram totalmente várias casas próximas”. A maioria dos edifícios da cidade ficaram danificados após as explosões, de acordo com a mídia internacional.
Voluntários passaram a segunda-feira (8) procurando os corpos nos escombros durante todo o dia, e três crianças ainda vivas foram encontradas, e foram levadas ao hospital. Pelo menos 615 pessoas ficaram feridas e agora o Hospital Regional de Bata está superlotado. O Ministério da Saúde da Guiné Equatorial chamou profissionais de saúde voluntários para ajudar e informaram que há uma necessidade urgente de doadores de sangue.
Guiné Equatorial
Bata é o lar de 800 mil habitantes e a maioria vive na pobreza, apesar da riqueza do petróleo e do gás no país. A capital da Guiné Equatorial é Malabo, na ilha de Bioko.
Único país de língua espanhola na África Subsaariana, a Guiné Equatorial é um dos países mais fechados do continente. Obiang, é o presidente em exercício há mais tempo no mundo e já recebeu várias acusações de abusos por grupos de direitos humanos.
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