Os consumidores brasileiros projetaram em 8,9% a taxa da inflação para os próximos 12 meses. Esses dados fazem parte do novo levantamento divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta segunda-feira (25).
Em resumo, esse resultado corresponde à expectativa mediana, que teve forte alta de 1,2% ponto percentual (p.p.) em outubro deste ano na comparação com o mês anterior. Aliás, esse é o maior patamar indicado pelos consumidores desde dezembro de 2016 (9,1%).
A economista da FGV, Viviane Seda, afirmou que o aumento dos preços continua impedindo a retomada da confiança do consumidor no país. Inclusive, a economista destacou que o avanço de 1,0 ponto do Índice de Confiança do Consumidor (ICC) não pode ser considerado como positivo, pois a inflação não mostra sinais de enfraquecimento.
Ainda segundo a economista, as expectativas para os próximos meses cresceram devido à perspectiva de atividade de serviços mais aquecida. Em outras palavras, ela disse que o avanço contínuo de vacinação e a flexibilização da circulação social impulsionam o comércio, mas a alta dos preços não permite que o otimismo prevaleça.
Auxílio Brasil não impulsionará todo o consumo do país
A saber, o mercado vem direcionando suas atenções ao Auxílio Brasil nas últimas semanas. Em suma, o programa assistencial entrará em vigor no país a partir de novembro e terá o valor de R$ 400 até dezembro de 2022. No entanto, Viviane Seda não acredita que o benefício conseguirá elevar o consumo geral do país.
“É preciso lembrar que o novo auxílio contempla uma parte da população [sendo direcionado para os mais pobres]; e a inflação atinge a todas as faixas de renda”, disse.
Por isso, a economista afirmou que a única forma de pensar em uma mudança no pensamento da população sobre a inflação só acontecerá quando esta mostrar algum alívio.
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