O novo salário mínimo começa a valer nesta segunda-feira (1°), Dia do Trabalho. Assim, o valor passa dos R$ 1.302 para R$ 1.320 mensais, o que representa um reajuste de 1,38%, ou seja, um aumento de R$ 18.
A saber, neste domingo (30), o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, confirmou o novo valor da remuneração básica e ampliou a faixa de isenção do Imposto de Renda.
Dessa forma, a medida vai injetar aproximadamente R$ 10 bilhões na economia do país. No entanto, para honrar o novo patamar, o governo gastará mais R$ 7 bilhões por ano.
Anúncio de Lula sobre o salário mínimo
Vale lembrar que o anúncio do reajuste do salário mínimo foi feito pelo presidente Lula ainda em fevereiro. Então, neste domingo (30), em cadeia nacional de rádio e televisão, ele ratificou o novo valor.
“A partir de amanhã (1º), o salário mínimo passa a valer R$ 1.320 para trabalhadores da ativa, aposentados e pensionistas. É um aumento pequeno, mas real”, reconheceu Lula.
Como se sabe, durante a campanha eleitoral, o petista prometeu aumento da remuneração básica acima da inflação.
Ainda mais, desde o dia 1º de janeiro, com medida anterior ao mandato do chefe do Executivo, o piso oficial passou de R$ 1.212 para R$ 1.302.
Como o reajuste ficou em 7,42% e a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado no ano passado foi de 5,93%, o ganho real já havia atingido 1,41%.
Agora, com o aumento de R$ 18, será acrescida a elevação de 1,38% a partir deste 1º de Maio.
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Prejuízos
Para a economista do C6 Bank Claudia Moreno, o reajuste “não trará muito impacto [positivo]” aos negócios no Brasil. Ela prevê, ainda, que a medida vai aumentar as despesas do governo em R$ 7 bilhões por ano.
Isso pode acontecer porque o salário mínimo é usado como piso para muitos cargos públicos e pagamentos de benefícios sociais.
Em resumo, o valor do salário mínimo é usado como piso, entre outros repasses do governo, para as aposentadorias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e seguro-desemprego.
“Na nossa visão, a taxa de desemprego da economia está relacionada ao crescimento da atividade, em particular do setor de serviços, que é mais intensivo em mão de obra. Não acreditamos que o aumento do salário mínimo tenha impacto relevante sobre o desemprego”, declara a economista do C6 Bank.
Na visão de Ulisses Ruiz de Gamboa, da Associação Comercial paulista, outro ponto negativo do salário mínimo maior é um possível aumento da inflação ou “que ela teime em baixar”.
Além disso, ele diz acreditar que o reajuste pode resultar em mais trabalhadores em situação de informalidade: “À medida que o trabalhador sai mais caro, o empregador pode diminuir a folha de salários”, argumenta Gamboa.
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