O Ministério Público Federal (MPF) revelou, nesta quinta-feira (26), que o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, virou réu por corrupção e lavagem de dinheiro em um processo que faz parte da Operação Lava Jato.
De acordo com o órgão, além do ex-membro do PT, outras quatro pessoas também se tornaram réus: duas mulheres que prestavam apoio ao partido e dois executivos da Doris Engenharia.
A denúncia do órgão foi aceita no último dia 20 de agosto, mas, por conta do sigilo, só foi revelada nesta quinta (26). De acordo com MPF os envolvidos são acusados de desviar mais de R$ 3,6 milhões de contratos de serviços de engenharia em navios plataforma da Petrobras.
Na denúncia, além de pedir a prisão dos suspeitos, o MPF também solicita que eles sejam condenados a pagar multar por conta dos valores desviados e também pelos dados causados a estatal. Não suficiente, também foi pedido, na ação, que R$ 7,3 milhões sejam bloqueados das contas dos envolvidos.
A investigação do MPF
Segundo o Ministério Público Federal, as investigações mostraram que os executivos da Doris usaram um operador financeiro com o intuito de pagar propinas para Pedro Barusco, ex-gerente-executivo da Petrobras.
Com a propina, a empresa conseguiu contratos milionários, como o de prestação de serviços de engenharia de oito navios, no valor de mais de US$ 200 milhões.
Além do executivo, outras pessoas, assim como o ex-tesoureiro do PT, também receberam propinas. De acordo com o MPF, mais de 3,6 milhões foram repassados, por meio de um contrato fictício, a uma empresa de consultoria do operador financeiro.
Essas informações foram reveladas pelo ex-gerente da Petrobras, que confessou os crimes e ainda fez um acordo de delação premiada com o MPF. Para provar os fatos, o executivo entrou inúmeros documentos comprobatórios. Segundo a defesa do ex-tesoureiro, ele nega que tenha recebido qualquer quantia ilícita.
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