A ex-presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, foi presa, na madrugada deste sábado (13), junto com vários ex-ministros de seu governo. Áñez, que se autoproclamou presidente em 2019 e permaneceu no cargo até o último dia 8 de novembro, recebe acusações de participação de um golpe contra o presidente anterior, Evo Morales. Ela vai responder na Justiça boliviana por terrorismo, motim e conspiração.
Em novembro de 2019, Morales foi forçado a renunciar e deixar a Bolívia. Em resumo, as forças de segurança bolivianas se voltaram contra ele. Além disso, Morales enfrentava crescentes protestos contra seu governo e críticas por supostas fraudes nos resultados das eleições presidenciais de outubro do mesmo ano.
Após a renúncia dos principais cargos institucionais do país e como era vice-presidente do Senado, Jeanine Áñez foi apontada como a pessoa que deveria chefiar o país interinamente até as novas eleições na Bolívia. Assim, ela se autoproclamou presidente apesar da falta do quorum necessário no parlamento devido ao boicote aos parlamentares do partido de Morales, o Movimento pelo Socialismo (MAS).
Antes de ser presa, Áñez twittou que ela foi vítima de “perseguição política”. “Denuncio à Bolívia e ao mundo que em um ato de abuso e perseguição política, o governo do MAS ordenou minha prisão. Ele me acusa de ter participado de um golpe que nunca aconteceu. Minhas orações pela Bolívia e por todos os bolvianos”, escreveu no Twitter.
Denuncio ante Bolivia y el mundo, que en un acto de abuso y persecución política el gobierno del MAS me ha mandado arrestar. Me acusa de haber participado en un golpe de estado que nunca ocurrió. Mis oraciones por Bolivia y por todos los bolvianos.
— Jeanine Añez Chavez (@JeanineAnez) March 13, 2021
Retorno de Morales à Bolívia
Morales voltou à Bolívia em novembro de 2020, após a vitória eleitoral do atual presidente Luis Arce, que integra o MAS. O ex-presidente Evo Morales, que governou o país por mais de 13 anos e foi o primeiro indígena a ocupar o cargo, voltou à Bolívia depois de ter estado no exílio no México, Cuba e Argentina.
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