Aconteceu nesta terça-feira (05) uma etapa do processo no Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) para apurar os áudios em que o deputado estadual Arthur do Val (União Brasil) disse que as mulheres da Ucrânia, país que hoje vive uma guerra, “são fáceis porque são pobres”.
Arthur do Val anuncia que não vai concorrer a novo mandato como deputado
Na ocasião, como testemunha da defesa do deputado, Giulia Blagitz, ex-namorada do parlamentar, disse que as declarações dele foram desrespeitosas. “Achei falta de respeito e condeno os áudios. Fiquei confusa na hora que eu ouvi os áudios, fiquei nervosa e terminei nas redes sociais. Eu acabei o namoro durante a viagem”, afirmou ela.
Em outro momento, a mulher, que namorava o deputado há três anos, disse que soube dos áudios pelo próprio Arthur do Val, que ligou chorando para ela avisando que o conteúdo iria vazar na imprensa.
“Ele, antes de entrar no avião de volta ao Brasil após viagem à Ucrânia, me ligou chorando e disse que os áudios iriam para a imprensa. Explicou o que tinha nos áudios e me enviou os áudios”, afirmou. Ainda no depoimento, a mulher disse que chegou a se encontrar com o deputado assim que ele voltou para o Brasil. Na ocasião, contou ela, o parlamentar confirmou o conteúdo dos áudios vazados.
“Nós nos encontramos, e eu toquei os áudios na frente dele, a gente conversou sobre os áudios”, afirmou ela, que ainda foi questionada pelo advogado do parlamentar sobre o relacionamento dela com Arthur do Val. Na oportunidade, ela disse que jamais presenciou alguma atitude violenta ou machista do ex-namorado e que conhecida toda a família dele.
Relembre o caso do deputado
Arthur do Val, deputado estadual de São Paulo, teve seus áudios vazados no começo de março, quando além de dizer que as mulheres da Ucrânia “são fáceis porque são pobres”, também afirmou que na fila de refugiadas havia mais mulheres bonitas do que em baladas de São Paulo. Ao chegar no Brasil, ele, que passou 13 dias na Europa sob a justificativa de estar em uma ação humanitária, disse que suas declarações foram “retiradas de contexto”.
Processo de cassação
Por conta das declarações, o Conselho de Ética da Alesp aprovou a abertura do processo contra o deputado, o que pode gerar a cassação do mandato do parlamentar, acusado de quebra de decoro parlamentar. Após a abertura, Arthur do Val entregou a defesa prévia ao conselho dizendo que não pode ser punido por áudios “vazados ilicitamente” de conversas privadas dele no aplicativo WhatsApp.
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