Mesmo sendo feriado, a sexta-feira (21) estará movimentada no âmbito político. Dentre os principais acontecimentos do dia estão o depoimento do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Gonçalves Dias à Polícia Federal (PF) e o começo da agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Portugal – o petista chegou no país europeu na manhã desta sexta.
O depoimento do ex-chefe do GSI foi uma ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes após o vazamento de vídeos que mostram que o ex-membro do órgão estava no Palácio do Planalto durante os ataques criminosos contra os Três Poderes em 08 de janeiro. Em sua determinação, Alexandre de Moraes também pediu que a PF identifique quem são os demais militares que aparecem nos vídeos para, caso eles ainda não tenham sido ouvidos, prestem depoimento em até 48h horas.
Nesta sexta, o ministro interino do GSI começa a se reunir com os departamentos da pasta. De acordo com informações do canal “CNN Brasil”, o foco será reunir dados de como o GSI vem funcionando e ainda quem são os militares “carimbados” pelo bolsonarismo que continuam atuando no órgão – esses integrantes são tidos como não confiáveis pelo governo. Hoje, existe a possibilidade de reformulação no GSI, implementando, desta forma, um sistema misto, unindo a participação de civis e militares. No entanto, também existe a chance de se promover o fim do Gabinete de Segurança Institucional. De todo modo, a decisão final será do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Além do depoimento e da reunião que tem como foco a reestruturação do GSI, outro fato que movimenta a sexta é a chegada de Lula em Portugal. O presidente ficará no país entre os dias 21 e 25. No dia seguinte, ele viajará para a Espanha – essa é a primeira vez que Lula vai para a Europa desde que assumiu o seu terceiro mandato como chefe do Executivo. Segundo as informações, um dos temas em foco durante a viagem será a guerra da Ucrânia.
Por fim, outro tema pertinente nesta sexta é a Comissão Parlamentar de Inquérito Mista (CPMI) dos atos de 08 de janeiro. Outrora contrário ao colegiado, a base de Lula agora quer ter maioria na comissão. Hoje, o Palácio do Planalto tem debatido qual será o papel da base do governo na CPMI, que deve ter seu requerimento de abertura lido na próxima quarta-feira (26).
Na noite quinta-feira (20), o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que haverá uma orientação para que os líderes dos partidos da base indiquem membros para a CPMI. “Vamos enfrentar este debate político que está tentando ser criado por aqueles que passaram pano aos atos terroristas de 8 de janeiro”, disse o ministro.
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