O ex-ministro da Casa Civil e senador Ciro Nogueira (PP) concedeu um depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta quarta-feira (08). De acordo com informações do jornal “Folha de S. Paulo”, na ocasião o parlamentar afirmou que jamais tomou conhecimento sobre a minuta de golpe encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
Ainda durante o depoimento, além de dizer que nunca foi consultado sobre os aspectos jurídicos que subsidiaram o decreto, o ex-ministro afirmou que participou do encontro do ex-chefe do Executivo Jair Bolsonaro (PL) com embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada, quando o ex-presidente colocou em dúvida a lisura do processo eleitoral brasileiro, mas não esteve presente nos atos preparatórios para o encontro.
De acordo com o ex-ministro, ele participou do encontro com embaixadores como convidado e, em sua visão, a repercussão do caso foi “desproporcional” e “hiperdimensionada”. Além disso, ele também disse que não sabe porque a “TV Brasil” transmitiu, pois não era função da Casa Civil definir os eventos cobertos pela emissora estatal.
Por fim, o ex-ministro ainda comparou uma reunião feita pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2016, também com embaixadores, para acusar golpe de estado durante o processo que culminou com o impeachment dela. Esse depoimento de Ciro Nogueira aconteceu por conta de uma ação proposta pelo PDT, que pede a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro por conta da reunião que ele convocou com embaixadores.
Na denúncia, o PDT diz que tanto Bolsonaro quanto seu até então candidato a vice-presidente, o general da reserva Walter Braga Netto (PL), teriam cometido crimes como abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação pela reunião com embaixadores ocorrida no Palácio da Alvorada em julho do ano passado com transmissão da TV Brasil.
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